01/01/2023 às 08h43min - Atualizada em 01/01/2023 às 08h43min

Editorial - Retrospectiva 2022

Marco Antônio Cruvinel Lemos Couto
Mais um ano se passou e estamos aqui, desde 1998, analisando o mercado de leite e seus derivados. Como não seria diferente, todo ano tem um elemento para apimentar o mercado lácteo. Além do ano ser marcado pelo custo da alimentação animal, gerando mais ainda a evasão do campo, temos também um mercado mundial desaquecido.

Com o aumento dos custos de produção por causa, principalmente, pelo aumento do valor do milho e da soja, além dos fertilizantes, tivemos uma diminuição na produção de leite nacional que irá girar em torno de 8% menor que a de 2021, em quantidade de volume de leite diminuído quase 3 bilhões de litros, nos dando uma noção da quantidade da vaca e produtores que pararam de produzir. Os preços dos lácteos no mercado internacional também tiveram forte elevação, e mesmo o Brasil aumentando a importação em 2022, esses preços se mantiveram alto. Esta forte elevação dos preços fez com que o consumo de lácteos diminuísse em todo o Brasil.

O valor do leite pago ao produtor teve alta histórica, mas não foi bem aproveitado pelo produtor por causa dos altos preços do alimento ofertado aos animais, fazendo com que a oportunidade de lucro fosse diminuída por causa do valor do milho, da soja e da ração. Já no final do ano, tivemos uma reação na produção de leite, voltando aos níveis de 2021. Isso fez com que os preços diminuíssem para toda a cadeia de lácteos (produtor, indústria e varejo). Podemos também colocar neste caldeirão de possibilidades, o problema da guerra na Ucrânia, a recessão econômica do mundo em geral, o Covid que ainda continua em alguns países, as eleições no Brasil e o dólar instável diante do quadro que se apresentou em 2022. São vários elementos que fazem com que o preço dos lácteos se elevem ou abaixem.

Este ano também tivemos muitas conquistas internacionais, pois produtores brasileiros ganharam vários prêmios de queijos mundo afora, nos mostrando cada vez mais o potencial de produção de queijos de alta qualidade para um mercado exigente. Esta valorização do queijo brasileiro em concursos internacionais traz benefícios principalmente para pequenos produtores, quebrando o paradigma de que somente o grande produtor poderá sobreviver ou ter sucesso. Abre um mundo de oportunidades para os pequenos produtores brasileiros, que são a maioria e que estão vendo o mercado se abrir quase que somente para os grandes produtores.
Mesmo diante de tanta turbulência, iremos iniciar 2023 com preços melhores pagos ao produtor. Também iremos continuar entre os maiores produtores de leite do mundo e mostrando principalmente a nossa cadeia de produção de leite esta cada vez mais profissional e sólida, o que é muito importante pois dá longevidade ao setor.

Estamos há 23 anos fazendo esta retrospectiva anual e ao analisar, sempre nos deparamos com dezenas de elementos que influem na produção e desempenho da produção, industrialização e comercialização dos derivados lácteos, e mesmo assim, desde sempre, continuamos entre os 5 maiores produtores de leite do mundo. Apesar de sempre mostrar um mercado turbulento todo ano, o Site Ciência do Leite registra e confirma a profissionalização cada vez maior de nossa cadeia lactea.

Saudações Laticinistas

Marco Antônio Cruvinel Lemos Couto
Diretor Técnico-Administrativo
 

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