31/01/2013 às 12h39min - Atualizada em 31/01/2013 às 12h39min

Perspectivas 2013 para o mercado lácteo

Todo ano fazemos uma pequena perspectiva do que pode acontecer no mercado lácteo, e este ano não seria diferente. Quando falamos em perspectiva, estamos na verdade tentando adivinhar o que poderá acontecer ao longo de 2013, uma vez que o mercado de lácteos depende de vários fatores, como clima nas principais regiões produtoras, custo de insumos, disponibilidade de mão de obra, consumo mundial, estoques reguladores, entre outros.

 

Portanto, é muito difícil acertar com precisão o que deve acontecer no mercado, porém, podemos analisar o que aconteceu no ano que passou, ver a situação do momento e fazer uma projeção para o futuro, sempre pautado nas variações do mercado. No ano de 2012 observamos que o preço do leite não se alterou para baixo, e em algumas regiões, ficou até em alta. O Brasil volta a destacar-se sustentando uma posição que lhe foi característica em 2011, a de ter o maior preço ao produtor. O valor em janeiro foi de US$ 0,4647/kg e é reflexo da valorização do real. 

Savanti, consultora do Banco Randbook, argumentou que se observa uma tendência de alta devido ao fato de que se espera uma redução na produção de leite em vários países produtores, como Estados Unidos, Argentina, Austrália e Europa. Dessa forma, uma redução da produção, com uma demanda firme nas importações, fará com que os preços continuem subindo. Vale lembrar que o Brasil bateu o recorde de importação dos últimos 12 anos. Em uma visão de longo prazo, ela disse que o preço do leite em pó, referência da Nova Zelândia, estará operando em uma faixa de US$ 3.30 e US$ 3.80 a tonelada. A especialista indicou que as produções de países como Austrália, Argentina, Nova Zelândia e Uruguai são as que têm maiores possibilidades de seguir crescendo.

 

No entanto, não será suficiente para atender a demanda mundial. Entre os fatores limitantes, ela citou ainda problemas climáticos ocorridos na Austrália; a competição agrícola pela terra na Argentina; e o tamanho reduzido de superfície do Uruguai. Como conseqüência, em médio prazo, Estados Unidos e Europa terão que suprir essas "lacunas", mas esses países têm custos maiores e, portanto, necessitam de um preço internacional alto.

 

Isso também fará com que os preços "sejam pressionados para cima". De acordo com o último relatório sobre commodities agrícolas da Agência Australiana para Agricultura, Recursos Econômicos e Ciências (Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics and Sciences - ABARES), na China, o crescimento da demanda doméstica e a preferência por produtos lácteos seguros e confiáveis deverão continuar dando suporte às importações em 2013. 

Com estas informações descritas acima, nos parece que o mercado de lácteos será bom, tanto para produtores de leite quanto para a indústria, porém devemos nos lembrar que o custo da soja e do milho e também a mão de obra são fatores importantes que devemos considerar, pois estão sempre aumentando, e isto pode determinar o custo final do leite. A dica que podemos dar ao produtor rural é que ele consiga produzir o alimento para seu gado durante o período do verão, de forma tal que ele precise comprar o mínimo possível de alimentos tipo soja e milho. Desta maneira irá lucrar com a produção de leite. Costumamos dizer que quando o preço do leite está alto, é bom tanto para as indústrias de laticínios como para o produtor. 




Autor: Marco Antônio Cruvinel de Lemos Couto

Referências bibliográficas: 

Site Ciência do Leite


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