23/07/2023 às 09h58min - Atualizada em 23/07/2023 às 09h58min

Virada tecnológica no agronegócio já é realidade

Nesse cenário, fica claro que, cada vez mais, quem não investir em tecnologia vai ficar obsoleto.

Sérgio Rocha - CEO da Agrotools
Diário do Comércio
Foto: Arquivo pessoal do autor
Quando se pensa em agronegócio, o imaginário popular associa ao cenário rústico do campo e o oposto da agilidade do cenário urbano. Entretanto, o avanço do setor no Brasil, hoje, já pode ser relacionado ao uso de tecnologia e de dados. Parte relevante das empresas do segmento está recorrendo a ferramentas tecnológicas para oferecer os serviços e produtos de forma mais limpa e em consonância com a sustentabilidade, em especial as empresas brasileiras, que têm liderado essa transformação, tanto no crédito como na compra de matéria-prima e venda de insumos.

O setor de agtechs se expandiu significativamente nos últimos dois anos. Em 2020, 84% dos produtores agrícolas brasileiros já adotavam algum tipo de técnica digital na plantação, segundo um estudo realizado pela Embrapa. Já em 2021, o volume de investimentos em ferramentas tecnológicas chegou a 126 milhões de reais, de acordo com o Radar Agtech Brasil.

Sensores, sistemas de informação geográfica (SIG), drones, robótica e inteligência artificial, da preparação do solo à colheita, e da distribuição dos produtos, são algumas das ferramentas que auxiliam no monitoramento e gerenciamento das operações agrícolas. Além disso, essas inovações permitem que os agricultores monitorem de perto a qualidade e a quantidade de produção, evitando desperdícios. 

E o uso de tecnologia nesse setor não está apenas relacionado ao maquinário utilizado na plantação e na colheita. O sistema de dados facilita o acesso a informações e é cada vez mais indispensável, seja para potencializar a produtividade, pois auxilia os produtores a tomar decisões assertivas sobre quando plantar, quando colher e como cuidar das lavouras, como também para garantir um agronegócio ainda mais sustentável. 

A digitalização de processos e a análise inteligente de informações é o caminho principal para as organizações criarem uma agenda ESG na prática e em larga escala, pois é por meio dos meios digitais que se torna possível uma coleta qualificada de dados e o monitoramento de territórios e cadeias produtivas de forma eficaz, garantindo o cumprimento dos critérios sustentáveis. A preocupação com esses temas não impacta diretamente apenas o produtor, mas também a rede de instituições e pessoas envolvidas nas jornadas corporativas das empresas. Isso porque os hábitos de consumo da população estão se transformando e as pessoas estão cada vez mais atentas à origem dos alimentos e produtos que adquirem. 

Um estudo da Nielsen mostrou que 42% dos consumidores brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir seu impacto no meio ambiente, e os investidores estão de olho nisso. Nesse sentido, a assertividade no campo depende de transparência, eficiência e práticas adequadas em todos os âmbitos da palavra.
Apesar das inúmeras vantagens, a agricultura digital ainda deve evoluir, tanto no sentido de dados, IA e ferramentas tecnológicas, quanto no acesso por parte dos agricultores, incluindo principalmente os pequenos. Pegar esse movimento desde o início tende a ser uma alavanca para o mercado. Nesse cenário, fica claro que, cada vez mais, quem não investir em tecnologia vai ficar obsoleto.

Fonte: Diário do Comércio 

 

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