19/02/2010 às 07h40min - Atualizada em 19/02/2010 às 07h40min

Perspectivas 2010

Marco Antonio Cruvinel e Equipe Ciência do Leite

Fazendo uma perspectiva a todo ano que se inicia, tentamos utilizar nossa experiência e nosso aprendizado do dia-a-dia com a indústria do leite, seus derivados e consequentemente com a política leiteira e todos os problemas que envolvem este segmento lácteo para fazer um breve apanhado do que se passou e do que poderá estar reservado para o ano que virá.

No inicio de 2009 o momento era de incerteza total, mas para quem lembra, no primeiro edital de 2009, pintamos um quadro otimista, no qual iríamos sim, ser afetados pela crise que se desencadeou no final de 2008, mas nem tanto quanto muito pensavam. Ressaltamos que o Brasil em produção agropecuária era campeão e tinha uma grande versatilidade, e com isto apostamos em uma crise mais amena por estes lados de cá.

Estamos no inicio de 2010 e parece que as estimativas se concretizaram, ou seja, a crise veio, o Brasil foi afetado, pois depende muito das exportações e das importações, mas se saiu melhor que muitos outros, e se não fosse a chuva de importações pela Argentina e Uruguai, tínhamos ido bem melhor!

O fato real é que saímos do “olho da crise” sem a quebradeira que muitos esperavam, portanto, achamos que o quadro para 2010 é muito oportuno, e apesar do dólar ainda estar desvaforavel para exportar e propício para importar, o custo de produção vai abaixar (alta produção e estoque de milho e soja), o consumo mundial e interno deve aumentar, as taxas para importação estão mais altas que a do ano passado, a Europa eliminou o subsídio além da Fonterra que elevou seu pagamento para esta estação fazendo com que tenhamos um quadro mais otimista para o ano de 2010 e que deve se estender até 2011, isto se o governo não abrir as pernas e deixar chover leite em pó importado no mercado. 

Ano passado aconteceu: o saldo da balança comercial de lácteos no primeiro trimestre ficou negativo em cerca de US$ 11 milhões. No período, foram importadas 27 mil toneladas de leite em pó (21,5 mil provenientes da Argentina e 5,5 mil toneladas do Uruguai). É evidente que existem diversas variáveis que podem mudar essa previsão: se a crise tiver mais uma perna (fazendo um W ), como muitos acreditam, ou se a oferta de leite responder mais rapidamente ao aumento de preços, o que não acreditamos. 


De qualquer forma vemos que o mercado brasileiro esta amadurecendo e cada vez mais se profissionalizando, mostrando que não existe outra forma de sobrevivermos no mercado: precisamos nos especializar, cada vez mais, no campo e na indústria, e, acima de tudo, que o governo seja mais ágil em relação a regulação do mercado de importação, fazendo com que nos tornemos cada vez mais competitivos.

Desejamos a todos um feliz 2010 e que nossa previsão se concretize!

Saudações laticinistas
Marco Antonio Cruvinel e Equipe Ciência do Leite


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