22/05/2023 às 08h42min - Atualizada em 22/05/2023 às 08h42min
Na Fenasul, Câmara Setorial do Leite busca proteção contra incentivos do Mercosul
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados irá enviar um ofício ao Governo Federal alertando sobre os prejuízos causados à indústria nacional em decorrência dos incentivos concedidos por outros países do Mercosul aos produtores.
Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS)
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados irá enviar um ofício ao Governo Federal alertando sobre os prejuízos causados à indústria nacional em decorrência dos incentivos concedidos por outros países do Mercosul aos produtores. A discussão também será encaminhada ao Parlasul, solicitando que sejam adotadas políticas de proteção ao setor lácteo.
A decisão ocorreu durante a primeira reunião deste ano da câmara, realizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), concomitante à 17ª Fenasul e à 44ª Expoleite. "Temos observado que os volumes de importação aumentaram, devido ao baixo preço da matéria prima em países vizinhos. No acumulado entre janeiro e abril, o leite em pó integral subiu de 9 mil/kg importados em 2022 para 47 mil/kg neste ano. O queijo parmesão é outro produto que tem o valor lá fora menor do que o custo de beneficiamento pela indústria brasileira", explica Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS).
A Argentina injetou recursos diretamente nos produtores, o Uruguai abriu linhas de crédito subsidiadas e a indústria brasileira permanece sem incentivos. De acordo com um estudo realizado pelo Sindicado e apresentado durante a reunião da Câmara na sexta-feira 19/05, o governo da Argentina, aporta 9,16 bilhões de pesos aos produtores e mais 167 milhões de pesos para as cooperativas investirem em equipamentos.
No Uruguai, o governo criou um programa de financiamento abrindo linhas de créditos para atender os cerca de 2 mil produtores no valor total de 9 milhões de pesos, com prazo de 13 anos de amortização. "O produtor e a indústria no Brasil, não têm atualmente nenhuma fonte de recursos de custeio direto o que causa este desequilíbrio com relação aos países que vêm adotando ações efetivas para assegurar a produtividade e a competitividade, entendendo o quanto isso é importante para a suas economias", destaca Palharini.
No encontro, os integrantes da Câmara Setorial defenderam ainda a urgência da liberação pelo Governo do Rio Grande do Sul de recursos represados do Fundoleite para os projetos de competitividade apresentados pelas empresas e projetos de desenvolvimento e valorização do leite e derivados no Rio Grande do Sul e no Brasil.
Fonte: Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS)