22/09/2022 às 10h10min - Atualizada em 22/09/2022 às 10h10min

Modernização e legislação flexível para o setor são discutidas na reunião da Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos do Mapa

A modernização do setor e a flexibilização da legislação vigente foram as principais demandas dos participantes da reunião da Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Durante o encontro, representantes de órgãos públicos ligados à caprinocultura e à ovinocultura e também de produtores, debateram temas relacionados às tecnologias para o setor, problemas de sanidade que afetam os rebanhos e a necessidade de flexibilizar e/ou adaptar normas que foram feitas para outras cadeias produtivas e, portanto, mostram-se inviáveis para regular a criação de caprinos e ovinos no país.

Na reunião, a pesquisadora Ana Clara Cavalcante, chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos, empossada no início de 2022, apresentou qual será a estratégia de ação de seu mandato e como foi feito o alinhamento com as demandas da sociedade. Ana Clara ressaltou que o desafio da instituição é produzir inovações que façam diferença, disponibilizando soluções acessíveis para as grandes questões do setor produtivo.

De acordo com a chefe-geral, as prioridades elencadas pela Embrapa Caprinos e Ovinos, por meio de constantes diálogos com representantes do setor, são: sistemas de produção resilientes e sustentáveis; melhoramento genético para eficiência produtiva e adaptação aos câmbios climáticos; prevenção e tratamentos das principais enfermidades e vigilância preventiva contra doenças exóticas e emergentes; melhoria da qualidade da matéria-prima, com agregação de valor aos produtos. Para o cumprimento da sua missão, a pesquisadora enfatizou a importância do fortalecimento das relações institucionais e o apoio à elaboração e execução de políticas públicas.

Marlom Brisola, professor da Universidade de Brasília, considerou relevante a  apresentação da Embrapa no âmbito da reunião e afirmou que o profissionalismo na gestão e a modernização tecnológica são necessários para o fortalecimento do setor. Opinião endossada pelo diretor da Capricom Frigorífico e Consultoria Especializada, Cândido Araújo. “Nenhuma atividade agropecuária sobrevive sem passar pela modernização, pela industrialização”, ressaltou. Ele também apontou a atualização das normas como um dos gargalos para o setor.

Para Fernando Azambuja, diretor executivo da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), os desafios serão superados a partir da mobilização dos produtores, que estão diante de uma demanda emergente por alimentos, em nível mundial. “Há um universo enorme pela frente para quem cria caprinos e ovinos”, conclui.

Outros temas discutidos
Plinio Lopes, auditor fiscal agropecuário do Mapa, fez uma apresentação sobre o Cadastro de Serviços de Inspeção, Estabelecimentos e Produtos (e-Sisbi), lançado pelo Ministério em 2020, e enfatizou as vantagens e facilidades para os usuários.

Ana Luiza Pupe, coordenadora-geral de Inclusão Produtiva, da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF/Mapa), falou sobre a proposta de atualização da metodologia para cálculo do preço pago pelo litro de leite de cabra, feita ao Ministério pela Câmara Setorial. Ela afirmou que o comitê optou por manter a metodologia atual, mas que discutirá posteriormente a nova proposta. “No entanto, uma nova resolução já está em processo de aprovação e será encaminhada para publicação de uma nova tabela de valores”, explicou.

Sobre a proposta de Instrução Normativa que aprova os procedimentos para certificação de estabelecimentos de criação livre de scrapie, doença neurodegenerativa fatal que afeta ovinos e caprinos, o auditor fiscal Michael Lise, do Mapa, afirmou que o documento está em revisão e que após o mês de outubro passará por consulta pública e por revisão de parceiros antes da publicação. Segundo ele, é importante que seja formada uma equipe multidisciplinar para aprofundar as discussões em torno dos critérios para movimentação dos animais; estimativa de rebanho que pode aderir à certificação; mercados visados; quem fará a certificação; a rede de laboratórios certificados, entre outras.

Ainda sobre sanidade, os participantes da reunião receberam informações atualizadas sobre a Nota Técnica elaborada por pesquisadores da Embrapa em parceria com as universidade federais de Sergipe e da Paraíba, que propõe ação oficial contra a agalaxia contagiosa, outra doença que tem acometido os rebanhos. O representante do Mapa, Jorge Caetano Junior, explicou que é necessário aprofundar os estudos sobre o assunto e propôs reuniões com a Embrapa e universidades para conhecer o que já foi produzido sobre o tema. “Estamos na fase de conhecer melhor a doença para depois conceber um programa de controle”.

A proposta de regulamentação para permitir a instalação de pequenos abatedouros para caprinos e ovinos, que também estava na pauta, ficou para ser discutida em outra oportunidade. Ao final da reunião, Cícero Cartaxo, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, foi escolhido como substituto do pesquisador Marco Bomfim.


Fonte: Embrapa Caprinos e Ovinos
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