O queijo do Marajó já demonstrou que tem potencial para atingir novos mercados dentro e fora do Brasil e de se transformar em uma importante atividade econômica para a região.
Para isso, no entanto, é necessário vencer algumas barreiras. Uma delas é estabelecer protocolos de qualidade que assegurem a padronização e a segurança sanitária da produção artesanal. Para isso, a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) vai realizar, no período de 15 a 18 deste mês, ações de capacitação em boas práticas agropecuárias com técnicos da própria Sedap, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) que atuam no Marajó.
A capacitação tem por objetivo estabelecer um novo sistema de controle de qualidade sanitária, desenvolvido em parceria pela Sedap com a empresa de consultoria externa Dzetta. Nesta quinta-feira, 11, representantes da Sedap, Emater, Adepará, do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estiveram reunidos na sede da Sedap para discutir a metodologia do novo sistema, baseado no programa implementado pelos produtores artesanais da região da Bavária, na Alemanha, e que prevê uma série de auditorias desde a fase da produção de leite até a confecção do queijo.
Um ponto diferencial do sistema é que boa parte dele será implementado pelos próprios produtores de leite e queijo e pelas associações e cooperativas a que estejam ligados. Aos órgãos de inspeção sanitária caberá o controle periódico do processo. “Nós já demos um passo importante para estimular a comercialização do queijo do Marajó com a entrada em vigor, em 2011, da lei estadual que regulou a comercialização de produtos artesanais dentro do Pará. Agora a Sedap está empenhada em fazer com que o governo federal estabeleça um protocolo nacional para os produtos artesanais que permita a comercialização no Brasil e no exterior”, explica Edith Mello, coordenadora de Produção Animal da Secretaria.
De forma paralela, o Sebrae também está trabalhando, em conjunto com a Sedap, para a obtenção, até o final deste ano, do selo de Indicação Geográfica (IG) do queijo do Marajó junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial. “Todas essas ações visam assegurar novos mercados para a produção tradicional marajoara e alçar as queijarias da região a um novo patamar”, acrescenta Edith.
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca