03/09/2012 às 13h29min - Atualizada em 03/09/2012 às 13h29min

Rastreabilidade do leite garante mercado

Agência Sebrae de Notícias

O programa de rastreabilidade do leite, desenvolvido no Oeste de Santa Catarina, será agora replicado em todo o Brasil. O projeto começou a ser implantado na região em 1998, numa parceria entre o Sebrae, a Secretaria Estadual de Agricultura e o Ministério da Agricultura e envolve 58 mil pequenos empreendedores rurais dedicados à criação de gado leiteiro. A rastreabilidade é uma ação estratégica que melhora a qualidade do produto que chega à mesa do consumidor. 

A metodologia requer análise permanente do leite, além da identificação da origem do produto. As informações estão contidas nos códigos de barras das mais de nove mil caixas de leite longa vida produzidas diariamente pela Cooperativa Central Aurora de Alimentos, responsável pela industrialização do produto fornecido por outras cooperativas de produtores da região. 

Através da rastreabilidade, o consumidor pode identificar a data de produção, unidade de processamento, validade, início e fim da produção, cooperativas fornecedoras do leite, análise de qualidade da matéria-prima e tabela nutricional. As informações podem ser conferidas na página da Aurora na internet. Basta informar o código impresso na caixinha de leite. 

A adoção da tecnologia de monitoramento do leite desde os currais começou em 2010, quando a Aurora inaugurou uma unidade de processamento em Chapecó (SC). A novidade trouxe aumento de custos, pois os fornecedores precisaram investir para se ajustarem às exigências sanitárias. Mas o retorno não demorou. Atualmente, para cada litro de leite rastreado, o empresário rural ganha até 27% a mais sobre o preço pago. 

Doze anos atrás, Antônio Maldaner por pouco não vendeu tudo o que tinha. Junto com a mulher e dois filhos, ele tocava 12 hectares em Pinhalzinho (SC). Custos elevados e preços achatados quase inviabilizavam a permanência da família na área rural. Em 2004, ele participou do curso D’Olho na Qualidade, oferecido pelo Sebrae. Ele percebeu que pequenos detalhes fazem a diferença. 

“Até a qualidade da água oferecida aos animais tem reflexos na produtividade das vacas”, exemplifica. Controle de vacinação, higiene na ordenha e redução de custos agora são rotineiros na propriedade, que hoje produz, em média, 12 mil litros de leite por mês, com 24 animais. “Paramos de procurar culpados para os nossos problemas e melhoramos nossos processos”, conta Maldaner. 

Não foi diferente com Alexandre Tansini, dono de uma área de 12 hectares e 24 vacas em Quilombo (SC). Somente ele e a esposa trabalham na ordenha, mas nem por isso o negócio é amador. “Levo a minha propriedade como uma empresa”, garante. Ele também fez o D´Olho e o Qualidade Total. 

Após implantar novas rotinas e melhorar a higiene na ordenha, alcançou resultados progressivos. Em 2010, produziu 73 mil litros. Em 2011, o volume pulou para 96 mil, com o mesmo rebanho. Neste ano, ele pretende entregar 100 mil litros e chegar a 140 mil litros em 2014. “Nada caiu do céu. É um trabalho dedicado de longo tempo”, diz. 

O coordenador do Sebrae em Santa Catarina na região, Ênio Parmeggiani, conta que os produtores não viam saída para enfrentar os problemas. “Foi preciso mudar a perspectiva deles em relação à atividade. Nossa primeira tarefa foi apresentar uma análise da situação e traçar um plano de solução para os problemas”, explica. 

O presidente da Cooperativa Central Aurora de Alimentos, Marcos Zordan, diz que a rastreabilidade do leite traz mais segurança para o consumidor. Ele aponta os treinamentos promovidos pelo Sebrae como um dos fatores de sucesso da metodologia. “O Sebrae trouxe conscientização e isso é fundamental para os bons resultados alcançados”, afirma Zordan.


 


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