22/08/2023 às 14h16min - Atualizada em 22/08/2023 às 14h16min

A força e o potencial do produtor rural mineiro

Investimento em tecnologia e busca por capacitação

Antônio Pitangui de Salvo
Jornal O Tempo
Divulgação Cleniudo Teixeira
O setor agropecuário é motor do desenvolvimento para grande parte dos municípios mineiros. As atividades do campo geram ocupação e renda, movimentam a economia e abastecem a sociedade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais de 607 mil estabelecimentos rurais e milhares de agricultores, pecuaristas e silvicultores que se dedicam ao cultivo da terra e à criação de animais, ajudando a colocar Minas Gerais em posição de destaque na produção de alimentos, fibras e energia renovável, impulsionando o agronegócio nacional.

Observando a evolução do setor no Brasil, podemos dizer que vivenciamos, nos últimos 40 anos, uma verdadeira revolução agrícola. A atuação consciente e sustentável dos produtores rurais, aliada a uma agricultura adaptada às regiões tropicais, e o forte investimento em inovação e pesquisa, fizeram do nosso agro a potência que ele é hoje: movimentamos R$ 2,46 trilhões em 2022 e representamos 25% do PIB nacional. Deixamos de ser um país importador para nos tornar um dos principais fornecedores de alimentos para o mundo.

E são as pessoas que compõem o setor produtivo os grandes agentes transformadores dessa realidade. Em Minas, fazem o nosso agro cada vez mais forte. O produtor rural mineiro é engajado, investe em tecnologia, busca capacitação para garantir uma crescente produtividade com menor impacto ambiental, afinal, preservar os recursos naturais é garantir o futuro. 

O produtor rural sabe, também, dos inúmeros desafios que enfrenta, como as intempéries climáticas, questões de infraestrutura, segurança, logística, aumento nos custos de produção e oscilações de mercado. O país vivencia atualmente um recorde na produção de várias commodities agrícolas e um movimento de queda nos preços domésticos e internacionais de alguns dos principais produtos, como soja, milho, café, leite, dentre outros. Este quadro é preocupante porque prejudica as perspectivas de crescimento do setor. Por outro lado, recebemos com bons olhos o anúncio de mais de R$ 400 bilhões para o Plano Agrícola e Pecuário e Plano Safra da Agricultura Familiar, direcionados para o ciclo 2023-2024, que são linhas de crédito do governo federal destinadas ao apoio da produção nacional. 

Por tudo isso, entendemos que os produtores rurais são resilientes. E por toda a sua importância, ganharam um dia destinado a eles. Não é à toa que o Dia do Produtor Rural Mineiro é comemorado na mesma data do aniversário da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), em 7 de julho. Mais do que uma homenagem aos homens e às mulheres do campo, que trabalham lado a lado e carregam nas mãos a responsabilidade de impulsionar a economia do país e alimentar a população, esta é uma forma de promover discussões para o reconhecimento da classe. A Faemg completa 72 anos de uma vigorosa atuação pela defesa dos interesses dos produtores rurais e em prol do desenvolvimento de todo o setor.

Os desafios são muitos, mas temos consciência das nossas conquistas. Além disso, temos uma visão otimista sobre as perspectivas reais para o agronegócio, que passa pelo acesso do produtor rural ao conhecimento, assistência técnica e gerencial e à capacitação: um movimento que já é muito evidente no cenário mineiro e que deve ser fortalecido, cada vez mais, pelas políticas públicas para investimento em pesquisa e em novas tecnologias. 

Autor: Antônio Pitangui de Salvo é engenheiro agrônomo e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais
Fonte: Jornal O Tempo

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