30/04/2023 às 09h19min - Atualizada em 30/04/2023 às 09h19min

Milhões de bovinos e bubalinos devem ser vacinados na primeira etapa da campanha contra aftosa

Começa na próxima segunda-feira (1º de Maio) a primeira etapa da campanha nacional de vacinação contra a febre aftosa de 2023.

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)
https://www.agricultura.df.gov.br/febre-aftosa-2/
MAPA
Começa na próxima segunda-feira (1º) a primeira etapa da campanha nacional de vacinação contra a febre aftosa de 2023. A campanha segue até o dia 31 de maio e cerca de 73 milhões de bovinos e bubalinos de todas as idades deverão ser vacinados.

A primeira etapa de vacinação ocorrerá em 14 estados brasileiros (Alagoas, parte do Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e São Paulo), conforme o calendário nacional de vacinação.

As vacinas devem ser adquiridas nas revendas autorizadas e mantidas entre 2°C e 8°C, desde a aquisição até o momento da utilização – incluindo o transporte e a aplicação, já na fazenda. Devem ser usadas agulhas novas para aplicação da dose de 2 mL na tábua do pescoço de cada animal, preferindo as horas mais frescas do dia, para fazer a contenção adequada dos animais e a aplicação da vacina.

Além de vacinar o rebanho, o produtor deve também declarar ao órgão de defesa sanitária animal de seu estado. A declaração de vacinação deve ser realizada nos prazos estipulados pelo serviço veterinário estadual. Em caso de dúvidas, a orientação é para que procurem o órgão executor de defesa sanitária animal de seu estado.

Suspensão da vacina

Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Distrito Federal - pertencentes ao Bloco IV do Plano Estratégico 2017-2026, do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PE-Pnefa) - não vacinarão mais seus animais nesta etapa, conforme a Portaria nº 574, publicada no dia 3 de abril. A ação faz parte da evolução do projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país, previstas no PE-Pnefa.

As sete unidades Federativas, que não precisarão mais vacinar seu rebanho bovino e bubalino contra a febre aftosa, somam aproximadamente 113 milhões de cabeças, representando cerca de 48% do rebanho total do País.

A retirada da vacinação suspende alguns custos, gerando um benefício imediato aos produtores e uma oportunidade para que parte dos recursos seja redirecionado para ajudar no custeio e investimentos necessários à manutenção do status sanitário alcançado.

Neste momento, não haverá restrição na movimentação de animais e de produtos entre esses estados e as demais UFs que ainda praticam a vacinação contra a febre aftosa no país. Isso porque o pleito brasileiro para o reconhecimento internacional de zona livre sem vacinação não será apresentado à Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) neste ano de 2023, dando tempo para que outros Estados do Bloco IV executem as ações necessárias para a suspensão da vacinação e o pleito seja apresentado posteriormente, de forma conjunta.

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)

 
Nota do Site Ciência do Leite

A Febre Aftosa é uma enfermidade que gera preocupação mundial pelo fato de se espalhar rapidamente nos rebanhos e causar perdas econômicas significativas. Enquanto muitos países ainda tentam controlar ou convivem com a doença, o Brasil não tem mais casos desde 2006, sendo que no Rio Grande do Sul, as últimas ocorrências foram em 2001. A Divisão de Defesa Sanitária Animal da SEAPI tem como missão assegurar a saúde dos animais de interesse econômico do Estado e neste esforço se inclui a prevenção da reintrodução do vírus da Febre Aftosa em território gaúcho.

O que é a Febre Aftosa? A Febre Aftosa é uma doença viral grave e altamente contagiosa, podendo ocorrer em bovinos, suínos, ovinos, caprinos e outros animais de casco fendido (bipartido). Não afeta cavalos, cachorros, gatos ou seres humanos. Os sinais mais conhecidos da doença incluem vesículas, semelhantes a bolhas, que estouram num curto espaço de tempo e causam erosões na boca ou nos pés, resultando em salivação excessiva e/ou claudicação (manqueira). A febre aftosa provoca grandes perdas na produção de leite e carne, além de outros transtornos para os criadores, como impedir a comercialização de animais e seus produtos/subprodutos – tanto a nível local, quanto internacional. Por ser uma doença com potencial para se alastrar rapidamente em amplos territórios, ocasionando graves consequências sociais e econômicas, a febre aftosa é uma das enfermidades de animais mais combatidas no mundo.

Qual a causa da Febre Aftosa? A Febre Aftosa é causada por um vírus. Depois que um animal se infecta, em geral, os primeiros sinais da doença aparecem dentro de um período de 02-14 dias. O vírus sobrevive nos tecidos (couro e carne), no trato respiratório, saliva, urina e outras excreções dos animais infectados, como fezes e sêmen. Ele também pode sobreviver em materiais contaminados e no ambiente durante vários meses, dependendo das condições climáticas. Existem 07 tipos conhecidos e mais de 60 subtipos do vírus da Febre Aftosa. A imunidade a um tipo não protege o animal contra os outros tipos ou subtipos.

Onde ocorre? A doença está amplamente difundida no mundo, principalmente na África e Ásia, ocorrendo também em algumas partes da Europa e Oceania. As últimas ocorrências nas Américas foram no Paraguai (2012) e Colômbia (2017). Pelo fato de ocorrer em várias partes do mundo, sempre há um risco de reintrodução do vírus em zonas livres.

Sinais clínicos da doença: O vírus da Febre Aftosa provoca febre e vesículas (bolhas) – dentro e ao redor da boca, na língua e lábios, nos tetos e ao redor dos cascos – que se rompem , transformando-se em feridas vermelhas, chamadas erosões. Como as vesículas se rompem rapidamente, nem sempre são fáceis de perceber. Estas lesões ocasionam muita dor e desconforto, levando a outros sinais como apatia, falta de apetite, salivação excessiva, claudicação (manqueira), dificuldade em se mover ou ficar de pé. A maioria dos animais afetados não morre, mas fica muito enfraquecida. A recuperação tende a ocorrer em até 15 dias, sendo que os animais podem continuar portadores do vírus por um período de 06 meses a 03 anos. Estes sinais podem aparecer nos animais infectados com febre aftosa: · Aumento da temperatura corporal por 2 a 3 dias; · Vesículas que rompem e liberam líquido límpido ou turvo, deixando áreas avermelhadas e feridas; · Saliva viscosa; · Diminuição da ingesta de líquidos e alimentos por causa das lesões dolorosas na boca e língua; · Laminite, com relutância para se mover; · Abortos; · Diminuição da produção de leite em vacas; · Doença cardíaca e morte, especialmente em animais muito jovens. A recuperação da perda de peso, ocorrida durante a doença, pode levar muitos meses. Quanto à produção leiteira, os animais raramente recuperam a média que possuíam anteriormente e as taxas de concepção podem ser menores.

Como a Febre Aftosa se espalha? A transmissão da Febre Aftosa ocorre quando os animais infectados tem contato direto com outros animais sadios. Outras formas de contaminação podem ocorrer quando os animais sensíveis: · São transportados em veículos contaminados; · São alimentados com restos de alimentos crus ou mal cozidos, provenientes de carne ou produtos de animais doentes; · Tiverem contato com pessoas usando roupas, sapatos ou equipamentos contaminados; · Forem expostos a materiais contaminados, como feno, ração, couro ou produtos biológicos; · Ingerirem água contaminada; · Forem inseminadas com sêmen de animal contaminado.

Prevenção e Controle: A Febre Aftosa é uma enfermidade de difícil controle. Consequentemente, muitos animais e seus produtos/subprodutos de áreas conhecidas como afetadas/suspeitas estão sujeitos a restrições de comércio impostas por países livres. Os bovinos são altamente sensíveis ao vírus da febre aftosa. Quando ocorre um foco, a doença pode se espalhar rapidamente para diversas regiões devido à movimentação rotineira de animais, seja para comércio, participação em feiras, abate etc. - a menos que o foco seja detectado e erradicado rapidamente. O impacto econômico de um foco de febre aftosa é capaz de provocar extensivas perdas econômicas, que podem durar anos e até mesmo, inviabilizar a produção em alguns casos. A vacina contra a febre aftosa é utilizada para desenvolver imunidade no rebanho, entretanto, não impede a entrada do vírus em zona livre, ou seja, não funciona como repelente. Levando em consideração o fato de que nenhuma vacina garante 100% de proteção, zonas vacinadas não estão livres da ocorrência de surtos, a exemplo do ocorrido no PA (2004), MS e PR (2005/2006), Paraguai (2011/2012) e Colômbia (2017). Mas, neste caso, como a maior parte dos bovídeos estará protegida, o vírus encontrará dificuldade em se espalhar pelo ambiente, facilitando o controle da doença. Em caso de ocorrência de foco devem ser instituídas estratégias de controle que incluem o sacrifício de animais, o abate sanitário, o controle de trânsito de pessoas, de animais e seus produtos/subprodutos, bem como de grãos/cereais, entre outros.

Como eu posso ajudar? Para o controle da Febre Aftosa é extremamente importante o tempo decorrido entre o aparecimento dos sinais clínicos e a notificação à Inspetoria, pois quanto mais rápido for o atendimento a uma suspeita, mais rápido e eficiente é o seu controle, assim como menores serão os impactos econômicos e sociais, caso ocorra a confirmação da doença. Há muitas maneiras pelas quais você pode contribuir para manter o RS livre de Febre Aftosa: · Vistorie o rebanho rotineiramente e isole animais doentes dos sadios, notificando a Inspetoria a respeito de qualquer animal com sinais compatíveis (babando, mancando, com lesões de boca/focinho/patas/úbere); · Notifique caso verifique animais de vizinhos ou conhecidos com sinais compatíveis com Febre Aftosa; · Compre/venda animais sempre com emissão da Guia de trânsito animal (GTA); · Restrinja o acesso de visitantes e veículos estranhos à propriedade e quando for necessário, realize a pulverização de rodas e assoalho externo com soluções desinfetantes na entrada e saída, após a remoção da matéria orgânica, principalmente em caminhões; · Restrinja contato dos animais de sua propriedade com aqueles de propriedade vizinhas, na medida do possível; · Evite que os animais bebam de fontes de água comum a outras propriedades, como de rios, riachos e córregos; · Ao viajar para o exterior, certifique-se de não trazer animais ou seus produtos/subprodutos de forma ilegal, ou outros materiais, pondo em risco a saúde dos animais de seu Estado. · Denuncie qualquer irregularidade praticada por terceiros, como pessoas que possam movimentar animais de forma ilegal (sem GTA). A denúncia pode ser anônima. As notificações devem ser feitas diretamente na Inspetoria de sua cidade, de forma presencial ou através de telefonema. Casos de denúncia também podem ser feitos para o e-mail [email protected]. 

Fonte: 
https://www.agricultura.df.gov.br/febre-aftosa-2/

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