Como forma de determinar as quantidades de cada nutriente que deve ser ingerido pelos indivíduos em geral, foram estabelecidas, recentemente, as IDRs que significam Ingestão Dietética Recomendada.
Essas novas recomendações começaram a ser estudadas em 1994 e foram desenvolvidas como um conjunto de valores de referência para ingestão de nutrientes, para serem utilizadas em substituição às antigas RDAs. Podem ser desmembradas em quatro conceitos:
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Os conceitos acima são apresentados como forma de facilitar a compreensão da tabela abaixo, na qual apresentamos as novas recomendações de nutrientes (IDRs). Nessa tabela, apresentamos os valores de recomendações para alguns nutrientes muito utilizados na formulação de suplementos (Vitaminas A e C, Cálcio, Ferro e Zinco). Não relacionamos os valores de EAR, uma vez que estes se referem a grupos e não a indivíduos. Como foi dito acima, valores de Ingestão Adequada (AI) só aparecem para nutrientes que ainda não tiveram definições de RDA.
Para o cálcio, foram usadas referências de 1997. Para os demais nutrientes, foram utilizadas referências dos anos de 2000 e 2001. É importante observar, também, as unidades de medida, miligramas (mg) e microgramas (ug), para os nutrientes relacionados, o que se refere às quantidades necessárias de cada um. Vale ainda ressaltar que uma ingestão de determinado nutriente acima dos valores de RDA ou AI só poderá ser conduzida através de recomendação e acompanhamento médico.
Tabela de valores de ingestão dietética de referência (IDRs)
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Pode se observar, pela tabela acima, que há variações entre as idades, sexo e estado fisiológico apresentados. Por exemplo, as necessidades de ferro para mulheres em idade reprodutiva são bastante superiores às recomendações para os homens, o que se deve à necessidade de reposição das perdas menstruais. Essa necessidade é ainda maior durante a gestação, dado às novas exigências nutricionais geradas pelo desenvolvimento do feto, e um pouco maior durante a lactação (amamentação).
Para a vitamina C, ainda não foi estabelecido o valor para UL, o que não significa que uma dosagem exagerada não possa trazer efeitos adversos. Essas recomendações são alvos de constantes estudos e reavaliações e novos valores poderão ser ainda estabelecidos.
Baseado nisso, é bom ter cautela quanto ao uso indiscriminado de suplementos à base de vitaminas e minerais, uma vez que os mesmos podem trazer efeitos adversos à saúde, caso sejam utilizados em dosagens superiores às recomendadas. Antes de utilizar qualquer suplemento nutricional, peça aconselhamento médico e faça exames para detectar se há realmente deficiências nutricionais.
Um lembrete importante: cápsulas de vitaminas e minerais não devem ser usados como forma de corrigir maus hábitos de vida e de alimentação. Procure corrigir hábitos inadequados de vida, como o sedentarismo, o uso abusivo de fumo e bebidas alcoólicas, busque uma alimentação saudável, controlando as quantidades de gordura, açúcar e sal e mantenha o seu peso adequado. Essas medidas são fundamentais para uma boa saúde e podem, sozinhas, solucionar diversos sintomas atribuídos, erroneamente, a deficiências nutricionais.
Cristina Garcia Lopes
é nutricionista formada pela Universidade Federal de Viçosa
Fonte: Site Acessa.com