02/01/2020 às 09h07min - Atualizada em 02/01/2020 às 09h07min

Retrospectiva da Cadeia Láctea em 2019

Marco Antônio Cruvinel L. Outo
Mais um ano que fazemos um editorial com a retrospectiva deste ano que está acabando e como sempre precisamos falar em turbulências na cadeia. A cadeia do leite é um tripé formado por produção da matéria prima, o leite; da indústria e sua tecnologia e do atacado e varejo. Hoje já temos o atacarejo, que são os dois juntos.

A produção do leite sempre é a parte mais turbulenta da cadeia. Quase toda bomba que se forma no mercado, estoura no colo do produtor.  A indústria é um pouco mais blindada, mas sofre as flutuações do mercado, e não está isenta de inquietações. Este ano foi o ano de perdas ou poucos ganhos para a indústria.

O atacado e o varejo são  os elos da cadeia que sofrem menos turbulências. Já é de praxe o varejo colocar o quanto precisa ganhar, assim, independe de dificuldade ou sazonalidade, o varejo vai sempre estar com a mesma margem de lucro. Este cenário raramente muda.

Destacamos alguns acontecimentos interessantes na cadeia láctea deste ano:

. A In 76 e a IN 77 entraram em vigor este ano. A In 76 trata de regras para a indústria e a IN 77 trata da produção do leite. Regras mais exigentes em relação a passada. Produtores e indústrias cada vez mais necessitando se adequar aos novos tempos e exigências deste tempo. É o leite e a indústria evoluindo juntos.

. A China resolve comprar muita carne do Brasil e de alguns países produtores, como Uruguai, Argentina e EUA, o que  acaba levando as vacas leiteiras para corte. Talvez isto não seja sentido no primeiro momento, mas pode estourar no ano de 2020/2021, com menos matrizes disponíveis para reproduzir leite.

. O Selo Art - selo do queijo artesanal foi aprovado e está sendo regulamentado. Para os pequenos produtores é um grande avanço uma vez que se determinam regras para as pequenas produções e viabilizam pequenas empresas que podem vir a serem criadas.

. O preço do leite ficou estável este ano em relação ao ano passado. Praticamente nos mesmos patamares, pelo menos até dezembro, onde o preço do leite deu uma pequena alta o que não é comum, pois é plena safra.

A única coisa que diminuiu foi a importação de lácteos. Tivemos uma queda de até 9%, em relação ao ano passado, apensar do dólar alto. Único produto que só exportamos continua sendo o leite condensado. Já o soro em pó continuamos importando, e está na ordem de 15% a nossa importação de lácteos no ano de 2019. Precisamos trabalhar melhor o soro gerado nas industrias do Brasil.

Apesar de todas as dificuldades, dos anos turbulentos que passamos, houve muitas conquistas, e também muita evolução. Há alguns anos estamos falando na necessidade de profissionalização dos produtores rurais, e parecia que estávamos falando para as paredes. Agora é uma realidade de fácil compreensão para todos os envolvidos. Em poucos anos iremos concretizar esta transição, entre o ordenhador de leite e o profissional do leite.

Saudações Laticinistas
Marco Antonio Crivinel L. Couto
Diretor Administrativo

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