22/01/2016 às 23h14min - Atualizada em 22/01/2016 às 23h14min

Perspectivas para a cadeia láctea 2016

Marco Antônio Cruvinel de Lemos Couto.

Mais um ano que se inicia e pela primeira vez não iremos precisar ligar nossa bola de cristal para vislumbrar o futuro que nos espera. Nos últimos 15 anos iniciamos os boletins com a perspectiva para a cadeia láctea. E este ano parece o ano mais fácil de se prever. Vai ser um ano difícil com certeza! Desde 2010 não temos o preço do leite tão baixo e para piorar, o dólar está tão alto, favorecendo as exportações dos grãos, elevando aindamais o preço da soja e do milho, e sem os dois não temos grande produção de leite.

Podemos também citar como empecilho o preço do diesel e da mão de obra que aumentou quase 12% neste início de 2016. Houve uma queda geral no consumo de lácteos no país, pressionado os preços dos derivados para baixo, ou no mínimo estabilizando-os. A captação de leite no Brasil em 2015 foi quase no nível de 2013, segundo o IBGE, ou seja, estamos em queda na produção. Esta queda se dá principalmente por causa do preço do leite e do preço da alimentação do animal. O produtor sempre foi o mais massacrado, e desta vez não seria diferente.

Como toda adversidade tem sua semente de triunfo, diria que estamos praticamente na linha divisória entre a era do produtor de leite que trabalha sem nenhuma ou quase nenhuma tecnologia ou conhecimento para aquele que busca toda tecnologia e conhecimento disponível no momento. O primeiro está fadado a perecer e o segundo a ter sucesso. Não dá mais para ser amador neste setor. Uma saída para o produtor de leite também é produzir o próprio queijo, iogurte ou doce de leite, afim de aumentar a sua renda, além de criar empregos na própria região. Temos grande aptidão para produção agrícola, e o leite não seria diferente. Hoje estamos entre os quatro maiores produtores de leite do mundo.

Somos mamíferos por natureza, portanto esta é uma atividade que tende a crescer ao longo dos anos que virão, assim, teremos, de uma vez por todas, a hora propícia para resolver as questões que emperram este setor no Brasil, que é o alinhamento entre as partes interessadas. O produtor de leite, produzindo um leite seguro e com preço de mercado; os laticínios cada vez mais implantando novas tecnologias e também apoiando o produtor, uma vez que ele é quem fornece a matéria prima; e consumidor que por sua vez deve saber o que consome, para saber cobrar e com isto melhorar nossa qualidade, como um ciclo que se fecha. Esperamos que este ano possa vir a ser o ponto mais baixo que poderemos ter chegado e assim, que este seja também o ponto de nossa virada! Vamos acreditar?

Saudações Laticinistas! 
Marco Antônio Cruvinel de Lemos Couto.

 


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