30/07/2014 às 13h45min - Atualizada em 30/07/2014 às 13h45min

Pesquisa da UFV permite utilizar o soro do leite na produção de bebidas isotônicas

Um grupo de pesquisadores do departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), tem se dedicado a um projeto de produção de bebidas isotônicas com o uso do soro do leite.

O início da pesquisa aconteceu em 2008, ano em que a professora e pesquisadora de Tecnologia de Alimentos, Edimar Fontes, passou a integrar o corpo docente da instituição e coordenar o estudo da produção dos isotônicos. 

Na ocasião, outros profissionais da área, como os seus atuais parceiros, Paulo César Stringheta e Antônio Fernandes Carvalho, já se dedicavam às pesquisas com sistemas de membranas, inovação tecnológica utilizada por laticínios com diferentes finalidades, como a esterilização de leite. 

Um dos principais experimentos do grupo tem como objetivo o isolamento da proteína do soro, componente aplicado em diversos setores da indústria alimentícia, a exemplo da produção de suplementos. 

Além da proteína, o soro é composto por lactose, minerais e vitaminas hidrossolúveis. Quando a proteína é retirada, o restante, que ao passar pelas membranas de ultrafiltração recebe o nome de permeado, apresenta uma composição natural muito semelhante às bebidas isotônicas produzidas no mercado. E ainda tem a vantagem de não conter aditivos químicos, como conservantes e corantes artificiais. 

Ao longo da vadeia produtiva das indústrias de laticínios, quantidades consideráveis de componentes do leite são reaproveitadas para outros fins, entre eles, o soro. Na fabricação de queijos, por exemplo, aproximadamente 75% da produção são compostas pelo soro de leite. 

Nesse sentido, a possibilidade da fabricação da bebida isotônica representa o aproveitamento de 100% do principal ingrediente desse tipo de indústria. Outra vantagem é que, como muitos laticínios já possuem a tecnologia de membranas e a operação não apresenta altos graus de complexidade, a necessidade seria apenas de treinamento dos operadores.

“No momento, estamos em processo de registro de patente. Estudos que visam avaliar a possível aceitação do produto no mercado, a adaptação à legislação e a viabilidade da produção e distribuição ficariam a cargo de possíveis parceiros da iniciativa que possam se interessar pelos nossos resultados”, explica Edimar.

 

Algumas vantagens competitivas já foram identificadas. Além de permitir a utilização de 100% do leite, este novo processo oferece, naturalmente, nutrientes ricos não presentes nos isotônicos do mercado, como as vitaminas do complexo B e os sais minerais fósforo, cálcio e magnésio.




Autor: Edimar Aparecida Filomeno Fontes

Referências bibliográficas: 

Edimar Aparecida Filomeno Fontes, professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa


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