20/03/2014 às 12h13min - Atualizada em 20/03/2014 às 12h13min

Lácteos consumo maior, saúde melhor

Alto consumo de lácteos pode melhorar resistência à insulina, sem afetar o peso corporal e o estado dos lipídios

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Buffalo e da Universidade de Manitoba descobriu que o consumo de alimentos lácteos de baixo teor de gordura em grandes quantidades durante um período de seis meses melhorou o marcador de resistência à insulina em adultos saudáveis. Além disso, não teve efeito negativo sobre o peso corporal e composição, gasto de energia, pressão arterial, glicemia e respostas dos lipídios e lipoproteínas no sangue.

O estudo, publicado no Journal Nutrition, teve como organizador Todd C. Rideout. PhD e professor assistente do Departamento de Exercícios e Ciências da Nutrição da Escola de Saúde Pública e Profissões de saúde da Universidade de Buffalo. “Descobriu com a pesquisa que aqueles que consumiram quatro porções de produtos lácteos por dia durante um período de seis meses responderam com uma redução de 9% na insulina plasmática e 11% de redução em um marcador de resistência à insulina, que é a incapacidade do organismo em utilizar adequadamente a insulina”., disse Rideout.

Síndrome de resistência à insulina ou síndrome metabólica é uma combinação que aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e da diabetes. 25% dos estadunidenses têm a síndrome e sua predominância aumenta coma idade. “Nosso estudo foi projetado para examinar especialmente os efeitos do leite desnatado e iogurte com baixo teor de gordura. É importante distinguir os produtos e definir como os diferentes alimentos lácteos têm mostrado distintas respostas metabólicas. Determinar os benefícios específicos para a saúde humana motivado pelo consumo de cada produto lácteo e de seus componentes bioativos será crítico para futuras investigações baseadas em lácteos”, afirmou o pesquisador.

O estudo utilizou 23 indivíduos considerados saudáveis antes da pesquisa e que tinham entre 18 e 75 anos. “Eles completaram o estudo aleatório e cruzado em 12 meses”, relatou Rideout. Durante os primeiros seis meses, o grupo de “alto consumo” teve a sua dieta com quatro porções diária de lácteos (restrita a leite ou iogurte com baixo teor de gordura) e o outro, com baixa quantidade de cálcio, apresentava sua dieta com no máximo duas porções de lácteos desnatados por dia. No segundo semestre do estudo, os grupos trocavam de tratamento, ou seja, os que estavam consumindo quatro porções de lácteos passaram a consumir pouco e vice-versa. Durante ambas as partes do estudo sempre foram avaliadas as respostas metabólicas no começo, no meio e no fim dos períodos.

“Nos grupos com alto consumo de lácteos, os níveis de insulina plasmática diminuíram aproximadamente em 9% e a resistência à insulina foi reduzida em 11% quando comparados com o outro grupo. No entanto, esses resultados requerem uma verificação com estudos adicionais de longo prazo, medidas adequadas para aumentar as pesquisas sobre o assunto e estudos futuros que devem também ser projetados para examinar melhor os efeitos metabólicos específicos dos produtos lácteos e dos componentes bioativos derivados deles”, conclui Rideout.

Leite nas alturas - Um copo diário de leite durante a gravidez faz com que o filho seja mais alto

A ingestão de leite pela mãe é utilizada na promoção do crescimento de bebês recém-nascidos, no entanto, pesquisa mais recente sugerem que os benefícios duram até o início da idade adulta. Ou seja, crianças nascidas de mulheres que bebem leite durante a gravidez são mais propensas a serem altas quando forem adolescentes, mostrou nova pesquisa do European Journal of Clinical Nutrition.

Uma equipe de cientistas que conduz bebês nascidos no final dos anos oitenta concluiu que a altura durante a adolescência estava diretamente relacionada com a quantidade de leite que suas mães consumiram quando estavam grávidas.

Na década de 80, especialistas em nutrição da Islândia, Dinamarca e EUA quiseram descobrir se os benefícios observados nos primeiros estágios da vida do leite seriam ampliados aos anos posteriores. Eles seguiram os bebês nascidos de 809 mulheres na Dinamarca, entre 1988 e 1989, depois de monitorar o quanto de leite as mulheres haviam consumido durante a gravidez. Os bebês foram medidos por peso e comprimento ao nascer e quase 20 anos depois.

Os resultados, publicados no European Journal of Clinical Nutrition, mostram que adolescentes de ambos os sexos eram geralmente mais altos, quando suas mães tinham bebido mais de 150 mililitros por dia durante a gravidez, em comparação com crianças oriundas de mulheres que bebiam menor quantidade.

Ao final da adolescência, o grupo de jovens estudado também tinha níveis mais elevados de insulina na corrente sanguínea, o que sugere que eles apresentariam menos risco de contrair diabetes tipo 2.

Em um relatório sobre as condições, pesquisadores disseram que o de leite materno pode ter um efeito de promoção do crescimento com relação ao peso e comprimento do bebê ao nascer. Esses resultados também fornecem uma insinuação de que o efeito pode até mesmo acompanhar o indivíduo na idade adulta.

No início deste ano, cientistas britânicos descobriram que mulheres grávidas poderiam aumentar o QI de seus bebês ao beber mais leite, pois, o alimento é rico em iodo. Eles analisaram mais de mil mulheres grávidas e descobriram que aqueles que consumiram menor quantidade de iodo (também encontrado em outros produtos lácteos e peixes) foram mais propensos a ter filhos com QI mais baixo e menores habilidades de leitura. O iodo é essencial para a produção de hormônios produzidos pela glândula tiróide, o que tem um efeito direto sobre o desenvolvimento do cérebro do feto.




Autor: Pat Donovan e Pat Hagan

Referências bibliográficas: 

Revista + Leite - A revista do setor lácteo 
Ano III n 35


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