23/06/2013 às 13h54min - Atualizada em 23/06/2013 às 13h54min

Boas Práticas de Fabricação - Controle de Pragas

Controle de Pragas 

As pragas são uma das maiores ameaças à segurança e adequação dos produtos alimentícios. Infestações podem ocorrer sempre que existirem locais para nidificação e suprimentos de alimento. Portanto, as boas práticas de higiene devem ser implementadas para que evitar situações que possam contribuir para a atração de pragas e outros animais (CAC, 2003). 

O programa integrado para o controle de pragas deve incluir adequada sanitização, inspeção de materiais recebidos e monitoramento, que podem minimizar a infecção e, consequentemente, a necessidade do uso de pesticidas. 

Controle do acesso 

Deve ser feita a manutenção constante das edificações para evitar frestas, fendas, rachaduras, ou qualquer situação que possa representar oportunidade de acesso ou local de nidificação. Todas as aberturas, drenagens e outros, por onde as pragas possam passar ou se esconder devem ser telados. Telas de arame milimétricas devem ser usadas em janelas, portas, exaustores e outras aberturas para reduzir o problema da entrada de pragas. Sempre que for possível, animais, de um modo geral, devem ser totalmente excluídos dos terrenos ao redor e de todas as edificações que compõem as unidades de fabricação/processamento ou produção/manipulação (CAC, 2003). 

Nidificação e infestação 

A disponibilidade de água e alimento é o principal atrativo para as pragas, encorajando a procura por refúgio e nidificação. Por isso, fintes potenciais de alimento devem ser estocadas em recipientes hermeticamente fechados e/ou empilhadas acima do piso e afastadas das paredes. A área interna e externa das unidades de produção/manipulação deve  ser mantida limpa e, quando apropriado, refugos devem ser guardados em recipientes cobertos, específicos para esse fim e à prova de pragas (CAC, 2003). 

Monitoramento e inspeção 

O estabelecimento e seus arredores devem ser inspecionados regularmente para detectar possíveis evidências de infestação por pragas e o sistema de controle de pragas deve ser monitorado regularmente para assegurar sua adequação (CAC, 2003) 

Erradicação de pragas 

O combate à infecção por pragas deve ser prioritário. O tratamento, seja por meio de agentes físicos ou biológicos ou por meio de produtos químicos, deve ser feito de modo a assegurar sua efetividade com relação ao combate às pragas e garantir que não represente perigo (por contaminação) para a segurança e adequação para consumo do alimento produzido (CAC, 2003). 

Recomenda-se também um programa escrito de controle de pragas que inclua: 

·         O nome dos responsáveis pelo controle de pragas que pode ser um colaborador da própria unidade de produção/manipulação ou uma pessoa/empresa terceirizada contratada para tal finalidade.

·         O método usado, os locais tratados, o mapa da localização de armadilhas e a freqüência de tratamento. Se apropriado, deve constar também a lista dos produtos químicos usados e as concentrações. Agrotóxicos (pesticidas) devem ser aprovados pelas autoridades regulamentares e usados conforme as instruções do rótulo ou prescrições feitas por especialistas. Esses produtos devem ser usados apenas quando outros tipos de tratamento não forem efetivos;

·         O tipo e a freqüência da inspeção para verificar a efetividade do programa (SENAI, 2002a). 

O tratamento de equipamentos, instalações ou ingredientes para o controle de pragas deve ser conduzido de forma a garantir que o limite máximo tolerado não seja excedido, por exemplo, limitando-se o número de tratamentos por fumigação por lote. 

A aplicação de agrotóxicos (somente produtos autorizados) deve ser feita tomando-se o devido cuidado para a proteção de alimentos, matérias-primas, equipamentos e utensílios de contaminação indevida. Após a aplicação desses produtos, os equipamentos e utensílios devem ser higienizados minuciosamente para eliminação dos resíduos, antes de serem novamente utilizados. 

Além disso, existem recomendações específicas para os principais tipos de pragas (SENAI, 2002a). Como medidas de controle para baratas, recomenda-se: 

·         A vedação e limpeza de caixas de gordura e esgoto;

·         O acondicionamento de alimentos em recipientes fechados;

·         A eliminação de lixos e resíduos orgânicos;

·         A vedação com borracha da parte inferior das portas de acesso externo;

·         A vedação de ralos;

·         A limpeza e vedação de lixeiras;

·         A eliminação de frestas e rachaduras;

·         O controle químico;

·         O monitoramento do nível de infecções;

·         O uso de pulverizações convencionais de superfície, empregando-se princípios ativos de efeito desalojante nas áreas de serviço, perímetros externos e pontos de acesso próximos às áreas passíveis de maior ploriferação de baratas;

·         O uso de inseticidas de ação imediata nas áreas de limpeza úmidas, considerando-se que o próprio processo de lavagem e abrasão retirará o produto da superfície tratada;

·         O uso de pulverizações com produtos de ação residual à base de propelentes gasosos em fendas e frestas;

·         O tratamento de tetos rebaixados, pisos falsos e outras áreas de maior amplitude e acesso dificultado com produtos atomizados ou com fumigantes.

Como medida de controle para mosquitos, recomenda-se: 

·         O tratamento biológico, com inseticidas microbiológicos;

·         O tratamento químico, com inseticidas, inibidores de desenvolvimento, repelentes e uimioesterilizantes;

·         O tratamento ambiental, com drenagem, saneamento ambiental e barreira vegetal;

·         A combinação dos vários tipos de controle acima para controle efetivo. 

Como medida de controle para pombos é recomendada modificações de aspecto estruturais da edificação com instalações de elementos pontiagudos (espeques) que impossibilitem o seu pouso, tais como espículas especialmente desenvolvidas para este fim, fixação de pregos sobre massa de cimento e areia, telas, fios de nylon esticados de modo a impedir o pouso de ave, beirais e parapeito com inclinações de 30° (trinta graus) para evitar o pouso. É possível o uso de gel (visgo ou cola) repelente, porém esses produtos têm ação temporária e limitada. 

Dentro do âmbito do Programa Alimentos Seguros, considera-se que um programa de combate a insetos e roedores é uma medida preliminar à implementação do plano APPCC, uma vez que os insetos e roedores podem comprometer, totalmente, a higiene dos alimentos. Assim, do programa de controle de pragas deve ser descrito no Manual de Boas Práticas, contendo as seguintes informações: 

·         Memorial descritivo do processo;

·         Produtos químicos empregados e seus respectivos antídotos;

·         Empresa responsável (no caso de terceiros) e responsabilidade técnica;

·         Planta baixa do estabelecimento com identificação dos locais de colocação de produtos (área externa) e armadilhas (áreas internas);

·         Relatórios de controles e providências. 


Autor: Maria Cristina Prata Neves e outros

Referências bibliográficas: 

Autores: Maria Cristina Prata Neves, João Francisco Neves, Fabrini Monteiro dos Santos. Gabrielle Kaufmann Robbs e Paschoal Guimarães Robbs Dzetta-Projetos, Consultorias e Treinamentos. Niterói - RJ


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