19/10/2011 às 08h06min - Atualizada em 19/10/2011 às 08h06min

A tecnologia no controle da poluição

A vasta gama de tipos de agressões ao meio ambiente nas atividades industriais obriga a necessidade de especializações diversificadas para seus controles pois, até dentro de um mesmo tipo, os controles dos poluentes se diferenciarão pela espécie, pela quantidade e até mesmo, pela periodicidade da agressão. Assim, caso a caso, tecnologias específicas se impõem. Por exemplo, se a agressão ao meio se dá na atmosfera, há que se levar em conta se o poluente é um gás que carrega partículas ou não; se esse gás é quente ou frio; se as partículas são abrasivas ou não e se nelas há ou não componentes tóxicos; se a quantidade da emissão é grande ou pequena; se essa emissão é permanente ou esporádica e qual a distribuição granulométrica dos particulados. Em fim, o controle deverá ter a tecnologia adequada para que se alcance, com eficiência, o benefício ambiental que justifique o investimento no controle. E, da mesma forma, a diversidade existe, também, para os outros tipos de poluição como as hídricas, as sonoras e as do solo, devidas às atividades industriais ou não.

 

Muito se fala em cursos superiores de graduação destinados a formar profissionais em controle da poluição. Pela gama de conhecimentos envolvidos, esses cursos não passarão de uma grande mentira e servirão, isso sim, para criar mais um grande cartório onde, ao final, ao profissional graduado se dará o privilégio exclusivo de assumir projetos das mais diversas naturezas de controle ambiental. Apoiamos, isso sim, os cursos de nível superior voltados às extensões, mestrados e doutorados, sem que se dêem aos profissionais o direito exclusivo de atuarem. Por outro lado, o desenvolvimento da tecnologia, deve permitir o envolvimento de todos os tipos de profissionais e a especialização desses, se em universidade, ser sempre a nível de pós graduação ou de extensão.

 

Em realidade, desde que o profissional tenha um bom embasamento científico, a tecnologia deverá ser desenvolvida com o dia-a-dia: na lide com os equipamentos, nas pesquisas e experimentações constantes, bem dirigidas e objetivas, no esforço para elaborar trabalhos escritos, nas visitas técnicas, nos seminários e nos bons livros.

 

Muitas vezes, e temos experiências disso, as grandes e inovadoras idéias partem daqueles que militam junto às máquinas e que, absolutamente têm, ou pouco têm, formação acadêmica; o mais humilde peão da fábrica pode sugerir soluções impressionantemente belas e até assustadoramente simples para um problema, à primeira vista, complexo. Cabe aos mais estudados a verificação da viabilidade das idéias e a análise de como pô-las em prática.

 

A comunidade técnica brasileira é altamente criativa e hoje já domina, com destreza, os mais diversos ramos do controle da poluição industrial, pouco necessitando de auxílio externo; o que "pega" é, às vezes, a dificuldade de troca de informações em bases científicas e a falta de recursos para pesquisas.

 

Quanto à universidade, deveria ser facilitada a ela a atuação prática, isto é, na fábrica, mas, às vezes, se sente que a própria universidade se "fecha em copas" a fazer trabalhos puramente científicos, e parece sentir receio de trabalhar junto com o técnico que está com o problema nas mãos.

 

O campo de oportunidades para os profissionais no setor é imenso e há muita tecnologia a ser desenvolvida. A união dos que militam com o assunto, fazendo um jogo aberto de troca de experiências, levará a grandes progressos.

 

Em suma, "fazer meio ambiente" não é e nem poderá ser privilégio exclusivo de engenheiros, biólogos, sanitaristas, bioquímicos etc., é privilégio, isso sim, daqueles que demonstram aptidão para tal. 




Autor: Gil Portugal

Referências bibliográficas: 

http://www.gpca.com.br/gil/art001.htm


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