01/09/2023 às 12h51min - Atualizada em 01/09/2023 às 12h51min

Painel debate caminhos para produção competitiva e sustentável do leite

Aliar a sustentabilidade ao processo produtivo é um dos principais desafios para os produtores atualmente.

Assesssoria de Comunicação Expointer 2023
Foto: Expointer 2023
Aliar a sustentabilidade ao processo produtivo é um dos principais desafios para os produtores atualmente. Devido a essa relevância, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi) promoveu, na tarde desta sexta-feira (1º), um painel sobre o tema no auditório do governo, localizado no Pavilhão Internacional da 46ª Expointer.

O painel contou com a participação do professor da faculdade de agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo Carvalho, dos representantes do Sebrae, Aline Balbinoto e André Bordignon, e do produtor rural Tadeu Debona. O objetivo foi destacar a integração entre os trabalhos de pesquisa acadêmica e do produtor. Para isso, os participantes confirmaram o sucesso da aplicação do Programa de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários (Pisa) nas propriedades gaúchas que aderiram à metodologia. "O mundo todo só fala disso (sustentabilidade). Não adianta mais a gente só falar em produtividade e preço, isso vai entrar na agenda de todos nós, técnicos e produtores", introduziu Carvalho. “Não há mais aquele caminho antigo que só fala em produtividade e não em meio ambiente. Também não é aquele que só fala em meio ambiente e não em produtividade", acrescentou.

Em 16 anos, a metodologia Pisa já atendeu quase dois mil produtores rurais no Rio Grande do Sul, levando o conhecimento científico para a bovinocultura do leite com o objetivo de, ao fim do processo, produzir mais, gastar menos dinheiro e ter menor impacto ambiental. O programa possui técnicas mitigadoras da emissão de gás e sequestradoras de carbono, de manejo do pastoreio, do planejamento forrageiro, entre outras. “Nós temos métricas que utilizamos para estudar o impacto dessas intervenções e depois atestarmos se aquilo, de fato, tem efeito positivo nas instâncias sociais, de governança, meio ambiente e economia", esclareceu Carvalho.

A coordenadora setorial de agronegócio do Sebrae-RS, Aline Balbinoto, relembrou que a entidade participa do processo auxiliando o produtor na aplicação do conhecimento teórico. "O papel do Sebrae também está na gestão. Todo mundo tem conta para pagar. Isso também faz parte da sustentabilidade da propriedade e da sustentabilidade financeira", pontuou Balbinoto. André Bordignon, também coordenador setorial de agronegócio do Sebrae-RS, destacou o papel de protagonismo que o consumidor vem conquistando na cadeia produtiva. “O consumidor é quem começa essa cadeia produtiva. Quem está ditando as regras do jogo é o consumidor que tem o poder de escolher o produto que vai consumir na gôndola. E se ele vai comprar um produto que tenha vínculo com sustentabilidade - ou não - é ele quem vai tomar a decisão", destaca Bordignon.

“Case” de Soledade é apresentado ao público - O produtor rural Tadeu Debona foi convidado para ilustrar a possibilidade de coexistência entre competitividade e sustentabilidade. Ele relembrou o início da sua trajetória na produção do leite, em uma área de três hectares e com poucas vacas à disposição. “Sem conhecimento, a gente fazia do modo antigo. No inverno, a produção era de 14 litros de leite (por dia/por vaca) e, no verão, era de sete litros”, contou, enfatizando logo em seguida a mudança radical que a produção passou após o auxílio técnico recebido. “A gente começou a adubar as pastagens. No verão, (começou) a plantar pasto de verão e, no fim do projeto, a gente chegou a ter uma produção de 34 litros de leite por dia (por vaca) ”, relata o produtor. Houve espaço ainda para um depoimento de Eloiza Debona, que trabalha na produção de queijos do laticínio familiar, que surgiu com o aumento da produtividade.  "Eu escolhi ser produtora rural. Sou moradora da cidade (Soledade) e o que me fez permanecer lá foi o amor que criei pelas vacas. Acho que isso é muito importante. A gente sabe que se não tratar bem, alimentar bem, não vai ter um leite com qualidade”, afirmou.

Fonte: Assesssoria de Comunicação Expointer 2023

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