21/06/2023 às 18h33min - Atualizada em 21/06/2023 às 18h33min

Avanço na produção leiteira com gestão eficaz

Foi em 1998, que a família de Volmir Vilanova comprou a propriedade rural no interior de Formosa do Sul, no oeste catarinense

Sistema FAESC/SENAR-SC
FAESC/SENAR
Foi em 1998, há 25 anos, que a família de Volmir Vilanova comprou a propriedade rural no interior de Formosa do Sul, no Oeste catarinense. Dois anos depois, veio o início na atividade leiteira com a aquisição de 23 novilhas Jersey. Ali iniciava o sonho de trabalhar com bovinocultura de leite. Em 2019, a propriedade passou a integrar o programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Santa Catarina (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), realizado em parceria com o Sindicato Rural de Quilombo. Os avanços foram expressivos ao longo dos últimos quatro anos e os resultados alcançados pela família foram compartilhados no Interleite Sul 2023, que ocorreu em Chapecó.

HISTÓRICO DA PROPRIEDADE
Ainda em 2008, a família também passou a investir na atividade avícola e em 2013 chegou a abandonar a atividade leiteira. Porém, em 2014 veio o recomeço com a aquisição de 19 vacas e 30 novilhas de um rebanho misto. No mesmo ano a média do rebanho estava em 25 vacas em lactação com produção de 6,49 litros de leite por vaca ao dia. Com o andamento da atividade, em 2018 a família encerrou as atividades na avicultura e passou a se dedicar apenas à bovinocultura de leite. Em 2019 veio o divisor de águas com a adesão à ATeG - Leite.

A família é acompanhada de perto pela técnica de campo da ATeG Cidiane Petkovicz Pozza e também conta com o suporte do supervisor técnico Leandro Simioni e do supervisor regional do Senar/SC no Oeste, Helder Barbosa. Além disso, recebe todo o apoio do Sindicato Rural de Quilombo, município vizinho a Formosa do Sul. Com o acompanhamento da ATeG, em 2020 a família Vilanova migrou para o sistema semi-confinado de produção e em 2023 construiu a sala de ordenha e adquiriu novo equipamento de ordenha.

ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES
A lida diária com os animais conta com papéis importantes de toda a família Vilanova. O pai, e produtor rural, Volmir cuida da lavoura e da alimentação das vacas. Já a mãe, Sandra, fica com a ordenha e limpeza e os filhos Alison e Andressa trabalham na gestão, reprodução e alimentação das bezerras, respectivamente. A propriedade ainda conta com dois colaboradores que ajudam na ordenha e manejo geral dos animais.

INÍCIO DA ATEG E AS MUDANÇAS
Segundo a técnica de campo Cidiane, quando a ATeG iniciou, a propriedade contava com uma área destinada à produção leiteira de 11 hectares. O rebanho total era de 71 animais, entre elas 25 vacas estavam em lactação. “A produção média era de 4.868 litros de leite ao mês e ao dia chegava a ser produzidos 6,49 litros de leite por vaca. Quando iniciamos o acompanhamento percebemos que existiam problemas na qualidade do leite”, relata.

Com as orientações da técnica e o trabalho desenvolvido por meio da ATeG, a propriedade aumentou para 24 hectares de produção. O rebanho total atualmente é de 110 animais e 47 em lactação. “A produção média de leite ao mês subiu para 22.500 litros e a diária é de 16 litros por vaca. A perspectiva é ampliar o plantel”, comenta o supervisor técnico Leandro Simioni. Entre as melhorias implementadas na propriedade destacam-se a construção de bezerreiro; ajustes no aleitamento e alimentação; construção de fenil para novilhas; implantação de calendário sanitário; gestão do desenvolvimento dos animais com acompanhamento mensal de ganho de peso e altura.

Na qualidade do leite os principais avanços foram com ajustes na rotina de ordenha; coleta de CCS individual; cultura e antibiograma; ajustes nos protocolos de terapia de vaca secas; e seleção e descarte de animais. Na área de pastagens as melhorias foram no mapeamento das áreas destinadas à atividade; planejamento forrageiro; coleta e análise de solo; correção e adubação de acordo com recomendação técnica; recuperação áreas pouco produtivas; e destinação de parte das áreas de pastagens para feno e pré-secado.

INSTALAÇÕES
Nas instalações, a propriedade fez a migração do sistema de produção a pasto para semi-confinado em Compost Barn; adaptou o aviário desativado em Compost Barn; investiu em ventilação e aspersão visando o bem-estar animal; fez pista de alimentação, sala de espera, sala de ordenha, bezerreiro, fenil e construção de esterqueira e cisterna. Já no melhoramento genético, os avanços foram na realização de curso de inseminação artificial pelo Senar/SC; aquisição de botijão de sêmen; acasalamento genético dirigido; maior investimento em sêmen de touros melhoradores; e aquisição de animais com registro. Na sanidade animal houve implantação de calendário sanitário ajustado à realidade da propriedade; vacinas reprodutivas; ajustes na frequência das vermifugações do rebanho; e a propriedade está em processo de certificação de brucelose e tuberculose.

GESTÃO DA ATIVIDADE
Atualmente a família realiza um controle financeiro das receitas e despesas, faz planejamento estratégico; ajustes de plantel; e gestão de todos os setores da atividade com registros econômicos e zootécnicos. Para o futuro, a família planeja a ampliação do sistema de aspersão para a área de cocho–pensando em conforto térmico; aumentar 90 vacas em lactação; aumentar média vaca/dia para 20 lts; transformar de 2 hectares de braquiária em lavoura de alimentos conservados; construir casinhas para bezerras desmamadas; e ampliar de mais 40 metros da pista de alimentação.

SOBRE O PROGRAMA
O Programa ATeG em Bovinocultura de Leite iniciou em 2016 e oportunizou atender diversos produtores no Estado de Santa Catarina. O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, enfatiza que os excelentes resultados apresentados nas propriedades confirmam que o programa vem cumprindo com êxito seu papel. “Com a ATeG, os produtores estão fazendo uma gestão mais eficiente e investindo mais em sanidade, nutrição e nas melhorias das técnicas de reprodução, o que é fundamental para oferecer um produto de qualidade e crescer no mercado”.

O presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo, destaca que há excelentes potenciais de desenvolvimento, pois falta produto para atender a demanda no Brasil. “Temos boas oportunidades de mercado para o segmento e a ATeG surgiu para fomentar essa cadeia produtiva e aumentar a oferta dessa proteína que vem sendo cada vez mais apreciada no mundo da gastronomia”.

A coordenadora da ATeG SC, Paula Coimbra Nunes, observa que, com o programa, o produtor explora novas ferramentas que potencializam o crescimento de seus negócios. “São quatro anos de acompanhamento em Santa Catarina para aprimorar as técnicas e o gerenciamento, tornando a produção mais eficiente e lucrativa. As atividades são realizadas com grupos de produtores organizados de acordo com a cadeia produtiva. Quem tiver interesse em participar pode entrar em contato com o Sindicato Rural de sua região”, finaliza.

Fonte: Sistema FAESC/SENAR-SC

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