Atendendo a uma antiga reivindicação do setor leiteiro por maior clareza quanto ao período de referência de sua pesquisa, o Cepea realizará um ajuste na nomenclatura do preço do leite cru a partir de janeiro de 2023. No lugar de nomear a informação de acordo com o mês em que houve pagamento (como vem sendo feito desde 2004), o Cepea passará a adotar o mês de captação do leite cru como referência para nomear os dados divulgados. Essa mudança se refere apenas à nomenclatura do dado, não ao processo de coleta de informações e cálculo das médias.
O preço do leite captado em outubro e pago aos produtores em novembro foi de R$ 2,6967/litro na “Média Brasil” líquida, recuo de 5,3% frente ao do mês anterior. E pesquisas ainda em andamento do Cepea apontam para novo recuo – acima dos 5% – para o preço do leite captado em novembro e pago ao produtor em dezembro. Com isso, espera-se que 2022 se encerre com média anual cerca de 13% acima da registrada em 2021, em termos reais (dados deflacionados pelo IPCA de nov/22).
A demanda enfraquecida por lácteos, que vem sendo observada desde agosto deste ano, manteve os preços dos derivados em queda em novembro. Agentes consultados pelo Cepea indicam que a procura por lácteos costuma recuar nesta época do ano, mas muitos relatam que a pressão exercida pelos canais de distribuição para baixar os preços junto a indústrias/cooperativas tem sido intensa.
As importações brasileiras de derivados lácteos caíram em novembro pelo segundo mês consecutivo. Dados da Secex indicam que foram importados 152,8 milhões de litros em equivalente leite no mês, queda de 11,3% frente ao volume de outubro/22, mas expressivos 79,1% acima do de novembro do ano passado. De janeiro a novembro de 2022, o Brasil importou 1,179 bilhão de litros em equivalente leite, 21,4% a mais que no mesmo período de 2021.
Depois de cair por quatro meses seguidos, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira voltou a subir em novembro – o avanço foi de 0,06% na “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP). De janeiro a novembro de 2022, o aumento no COE é de 3,1%. Esse movimento esteve atrelado sobretudo a elevações em itens como operações mecânicas na propriedade, concentrados e medicamentos.
Fonte: CEPEA