25/03/2015 às 14h15min - Atualizada em 25/03/2015 às 14h15min

Lactalis aguarda aprovação do Cade para se tornar maior captadora de leite do país

Jornal do Comércio.

O segundo semestre do ano passado foi de queixa para boa parte das indústrias lácteas do Estado, mas marcou também o investimento pesado do grupo francês Lactalis no País.

A partir de agosto de 2014, o grupo fez três aquisições que devem colocá-lo como a principal empresa captadora de leite do Brasil. Primeiro veio a compra da Balkis, laticínio fabricante de queijos gourmet e, na sequência, a aquisição de parte dos de ativos da LBR e do segmento de leite da BRF. No total, foram investidos R$ 2,3 bilhões, dimensiona o diretor do segmento lácteo da BRF, Cláudio Santos. As três aquisições devem levar a empresa a captar anualmente 1,8 bilhão de litros de leite.

Santos pontua que os projetos do grupo são grandiosos e devem beneficiar o desenvolvimento da cadeia leiteira no País, mas ainda aguardando aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “Caso o Cade aprove 100% da operação, teremos 16 unidades inicialmente operando no Brasil e já começaremos como a segunda empresa do ramo em faturamento e a primeira em captação de leite.”

O executivo revela que o Brasil é a porta de entrada da Lactalis na América Latina. “O grupo Lactalis é a maior empresa de lácteos do mundo e opera em torno de 50 países, sendo que, na América Latina, tinha uma operação muito pequena. Então, tem um projeto forte para a América Latina. E o Brasil concentrará a principal operação.” O grupo aposta no aumento do consumo de lácteos no País e na diversificação de produtos no mercado brasileiro, além, da expectativa de ampliação das exportações brasileiras. “Hoje, o consumo per capita de queijo é baixo, por exemplo, se consome em torno de três quilos por habitante ao ano. Na Argentina, o consumo de queijo é de sete quilos por habitante”, compara Santos. “A Lactalis é a maior produtora de queijo do mundo, conhece bastante, tem marcas fortes como a Presidant. A ideia é trazer todo esse portfólio para o Brasil.”

O executivo projeta que ainda no primeiro semestre o Cade divulgue a decisão sobre as aquisições do grupo. No mês que vem, a expectativa é começar as operações da fábrica Nutrifont, joint venture entre a brasileira BRF e a irlandesa Carbery, inaugurada em janeiro, no município gaúcho de Três de Maio, que será focada em produzir whey protein. “Vamos começar a operar em abril a primeira fábrica de whey protein do Brasil. É uma agregação de valor grande para a cadeia de lácteos”, destaca Santos.

 


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