Mundial do Queijo do Brasil elege os melhores produtos do país por categorias

Dezenove produtores norte-rio-grandenses de queijeiras e pequenos laticínios participaram do Concurso Mundial de Queijos e Produtos Lácteos e da Feira Livre de Queijos e Produtos de Terroir, que aconteceu na 2ª edição do Mundial do Queijo do Brasil, até esse domingo (18) em São Paulo. Foram 58 produtos, como queijos de coalho e manteiga, iogurtes e manteiga do sertão, também conhecida pelos nordestinos como manteiga da terra. Do Rio Grande do Norte também participaram como convidados integrando o júri oficial do concurso a especialistas Adriana Lucena e o gestor do Projeto de Leite e Genética do Sebrae-RN, Acácio Brito. O evento tem como principal objetivo reconhecer os melhores queijos do mundo, avaliados por uma comissão de jurados brasileiros e estrangeiros. Com os concursos chancelados pela Guilde Internationale des Fromagers, o Mundial é a única premiação nacional que abrange o setor queijeiro como um todo, envolvendo produtores artesanais e industriais.

Os potiguares Acácio Brito (à frente) e Adriana Lucena participam do júri técnico do concurso.

Organizada pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, a comitiva potiguar foi composta pelos empresários do segmento de queijos e outros produtos lácteos, as queijeiras Fazendo Antônio Vindô, do município de Coronel José da Penha; Laticínio Sertão Piranhas, de Jardim de Piranhas; Queijeira Vô Nelson, de Jardim do Seridó; Queijeira Monte Sertão e Queijeira Dona Gertrudes, ambas de Caicó; Laticínio Sertão Jucurutu e Queijeira JC, ambas de Jucurutu; Galego da Serra, de Tenente Laurentino Cruz; Queijeira Dona Marta, de Parelhas; Fazenda Barreiras, de Encanto; Dona Branca Artesanais, de Currais Novos e Fazenda Caju, do município de Ceará Mirim, perfazendo um total de 40 produtos.

As queijeiras que estavam apenas com seus produtos concorrendo no Concurso Mundial de Queijos e Produtos Lácteos foram: Queijeira do Zaca e Antônio Cipriano, ambas de São João do Sabugi; Fazenda Rolinha de Serra Negra do Norte; Capril Buxada, de Monte Alegre, Queijeira Pedra Branca, de Carnaúba dos Dantas, Queijeira JC Caicó, de Caicó, e a Queijeira Timbaúba, do município de Parelhas. As sete totalizaram 18 produtos competindo em diversas categorias.

Potiguares em destaque

João Hélio Cavalcanti, diretor do Sebrae-RN, estava no evento e enfatizou a quantidade de produtos do Rio Grande do Norte no Mundial.

O diretor-técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, destacou que a participação de um número tão representativo de pequenos produtores do Rio Grande do Norte no Mundial do Queijo do Brasil revela a mudança de cultura de que o pequeno produtor rural não consegue ter acesso aos grandes eventos nacionais, com a participação de países como a França, que fez parte deste mundial.

Representantes das queijeiras D. Gertrudes, Sertão Piranhas, Vó Nelson e Monte Sertão exibem seus queijos.

A expectativa dos organizadores é que a edição de 2022 some nada menos de 1.200 queijos inscritos para o 2º Concurso de Queijos e Produtos Lácteos e que aproximadamente 50 mil pessoas apreciadoras do universo queijeiro tenham passado pelo evento durante os quatros dias. A programação prosseguiu com conferências técnicas, fóruns de discussão, cursos de formação e degustações harmonizadas.

Concursos inéditos

Além do concurso de Queijos e Produtos Lácteos que se consagrou em 2019, outros dois concursos, inéditos no Brasil, reconheceram o Melhor Queijeiro (indicado para os produtores de queijo onde serão avaliados em suas competências técnicas) e o Melhor Queijista do Brasil (destinado para os comerciantes de queijo). Nomes de peso estiveram à frente do júri, a exemplo de Claude Maret, presidente da Fédération des Fromagers de France e Vanessa Alcolea, responsável técnica dos queijos da Pardinho Artesanal – SP e membro da SerTãoBras. O júri foi composto por um time de 200 jurados, dentre chefs de cozinha, jornalistas e sommeliers certificados pela renomada escola francesa Mons Formation.

Em sua primeira edição realizada na cidade mineira de Araxá, um ano antes da pandemia, o Mundial do Queijo do Brasil recebeu um total de 953 queijos inscritos e atraiu cerca de 33 mil pessoas. Com 239 medalhas reconhecidas por um corpo de 160 jurados brasileiros e estrangeiros, o evento revelou que os queijos brasileiros estão num patamar de nível internacional. Com a conquista de medalhas de super ouro, ouro, prata e bronze em concursos internacionais como o Mondial du Fromage, em Tours, na França, e o World Cheese Awards, em Oviedo, Espanha, a SerTãoBras percebeu a lacuna do reconhecimento da cultura queijeira brasileira em terras nacionais e uniu forças e parceiros para realizar, este ano, três concursos para evidenciar os produtos, os produtores e os comerciantes nacionais.

Fonte: SEBRAE