17/04/2008 às 14h33min - Atualizada em 17/04/2008 às 14h33min

Santa Catarina investe em produção de ovelhas e queijo

Fonte: Gazeta Mercantil

Acari Luiz Menestrina, presidente da Laticínios Cedrense, de Chapecó (SC), e um dos precursores da bovinocultura de leite em Santa Catarina, planeja, agora, criar a bacia do leite de ovelha. O empresário que introduziu a atividade leiteira na década de 80 no Oeste do Estado, quando a região não produzia nem para a subsistência, quer quintuplicar a produção atual de 1000 litros de leite de ovelha por dia para 5 cinco mil litros diários, em um ano, para atender o consumo interno de queijos. 

Em parceria com o governo do Estado, está montando um banco genético, trazendo reprodutores da raça francesa Lacaune e realizando inseminação artificial por videolaparoscopia.

A Laticínios Cedrense já produz queijos em Anchieta (SC), município do extremo Oeste, onde tem unidade processadora de leite de ovelha. Para desenvolver o "Pecorino" vieram mestres queijeiros italianos e os fermentos lácteos foram importados da Itália. O produto já está nas prateleiras dos supermercados a um preço final de R$ 32,00, similar ao do queijo tipo Grana, o "Grano Padano", uma das especialidades da empresa catarinense.

Bom para a região
Menestrina acredita que a cultura, de alta densidade, aliada à ovinocultura e o reflorestamento nas áreas com maior declividade, é a tendência dos minifúndios do Oeste de Santa Catarina. "O projeto de leite de ovelha anda junto com o de carnes e o de lã. O Brasil importa 60% da carne de ovelha consumida da nova Zelândia, Uruguai e Argentina e há uma grande demanda internacional dos árabes", diz.

Ele acredita, que dentro de 12 anos, a ovelha vai superar a produção de gado de corte por não ter restrições sanitárias, nutricionais ou religiosas. Segundo ele, a atividade polui muito menos o meio ambiente do que a suinocultura ou bovinocultura, em função da quantidade de dejetos produzida. O tempo de engorda do animal, de 90 a 120 dias, é muito menor do que a do gado, de 2,5 anos a três anos.

Para fazer um quilo de queijo são necessários 10 litros de leite de vaca ou cinco de leite de ovelha. Isto porque o leite de ovelha possui propriedades organolépticas em dobro (mais gordura, proteínas, cálcio e sólidos). O preço do leite de ovelha de US$ 1,00 o litro - ou seja, o dobro do valor cobrado pelo de vaca.

Acari Menestrina afirma que é preciso formar o hábito de consumo de queijos no Brasil. Enquanto na Grécia, um grande produtor, o consumo é de 26 quilos, na Itália e na França é de 25 quilos e no Brasil 3,8 quilos. "O País tem 30 milhões de habitantes de alto poder aquisitivo. É para estas pessoas que temos que fazer o Pecorino, o Grana Padano", comenta Menestrina. A Cedrense exporta 10% do volume produzido de queijo muzzarela para a Arábia Saudita, Taiwan, Argélia e Coréia. Está há 18 anos no mercado, possui 1000 empregados e 7.500 famílias fornecem leite à empresa.

A Cedrense atua no Sul do Brasil com 10 plantas espalhadas do Planalto Serrano ao extremo-Oeste de Santa Catarina, Alto Uruguai gaúcho e Sudoeste do Paraná. No ano passado, o faturamento da Cedrense foi de R$ 160 milhões e em 2008 a previsão é de que atinja R$ 240 milhões.


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