07/07/2011 às 10h07min - Atualizada em 07/07/2011 às 10h07min

Captação de leite no Sul do Brasil aumenta 5% em maio, diz Cepea

Cepea

A produção de leite no Sul do País avançou em maio, conforme pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. O Índice de Captação do Cepea (ICAP-Leite) da região, que é ponderado pela participação dos três estados do Sul, aumentou 4,5% de abril para maio. 

Em Santa Catarina, a produção subiu quase 8%, no Rio Grande do Sul, 6,4% e, no Paraná, o avanço foi um pouco menor, de 0,5% no período. Entre maio/10 e maio/11, houve estabilidade no ICAP-L do Rio Grande do Sul e forte elevação de 9% no Paraná – já para Santa Catarina não há variação, já que o Cepea passou a levantar informações no estado apenas recentemente. O aumento na produção de leite se deve às pastagens de inverno na região (aveia e azevém). 

Para os próximos meses, a expectativa é que a produção de leite continue aumentando no Sul do País, podendo ter o pico em agosto. Esses agentes estão fundamentados nas condições climáticas favoráveis ao cultivo de aveia e azevém neste ano. 

Já nos demais estados acompanhados pelo Cepea, houve recuo do ICAP-L entre maio e abril. A maior redução na produção, de 5,3%, foi observada em São Paulo, seguida pela baixa de quase 5% em Goiás. Em Minas Gerais e na Bahia, a diminuição foi em torno de 3%. Considerando-se todos os estados (RS, PR, SP, MG, GO, BA e SC), o ICAP-L de maio/11 foi 1,03% inferior ao de abril/11 e 2% menor que o de maio/10. De janeiro a maio, o ICAP-L registra queda de 1,5% frente a igual período do ano passado. 

A menor oferta de leite no Sudeste e no Centro-Oeste continuou impulsionando o preço pago aos produtores de todos os estados acompanhados pelo Cepea no País. A média nacional de junho (referente à produção entregue em maio) foi de R$ 0,8645/litro (valor bruto), aumento de 3% (2,5 centavos por litro) em relação ao mês anterior. Em termos reais, ou seja, descontando a inflação, o valor de junho/11 ficou 5% acima da média de junho/10. 

Quanto ao pagamento de julho (referente à produção de junho), a expectativa da maioria dos agentes do Sudeste e do Centro-Oeste (63% dos entrevistados, que são responsáveis por 69% do volume dessas regiões) é de estabilidade dos preços. Para 19% (que respondem por 12% do volume de leite do Sudeste e do Centro-Oeste), deve haver aumento no preço e, para 18% (que representam 19% do volume amostrado nas mesmas regiões), queda em julho. Já no Sul do País, a expectativa de mais de 80% dos agentes entrevistados é de recuo nas cotações do leite para o próximo pagamento. Apenas 13% acreditam em estabilidade. 

Além da maior oferta de leite do Sul, os fatores que podem pressionar as cotações no País são as importações elevadas e o mercado de queijos mais enfraquecido. Por outro lado, os preços de leite UHT no atacado permaneceram praticamente estáveis em junho, o que pode fazer com que os valores ao produtor fiquem firmes. È preciso considerar, também, que os custos da produção leiteira neste ano estão em torno de 10% mais elevados que os do mesmo período de 2010, devido à valorização do concentrado (milho e farelo de soja), o que pode limitar os investimentos nos próximos meses. 


AO PRODUTOR 

Os maiores preços do leite em junho foram observados nos estados em que a captação reduziu com mais força. Em São Paulo, o valor médio pago pelo leite aos produtores foi de R$ 0,8996/litro, com aumento de 3,6% (ou de 3,2 centavos por litro) em relação ao de abril. Em Goiás, o preço médio foi de 0,8802/litro, alta de 4,1% (3,4 centavos por litro) frente ao mês anterior. Em Minas Gerais, a média de preços foi de R$ 0,8646/litro, elevação de 3,2% (2,7 centavos por litro). Na Bahia, o preço médio foi de R$ 0,7291/litro, alta de 1,6% (1,2 centavo por litro) frente a maio. 

No Rio Grande do Sul, houve aumento tímido de 1,6% (1,3 centavos por litro) de maio para junho, com a média a R$ 0,8243/litro. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 0,8483/litro, leve aumento de 0,3%. No Paraná, o valor médio foi de R$ 0,8710/litro, alta de 2,4% (2 centavos por litro) em relação a maio.


 


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