23/03/2011 às 13h39min - Atualizada em 23/03/2011 às 13h39min

Curso do Senar auxiliará produtores de leite de Mato Grosso para cumprirem IN 51

Sistema Famato

A partir de abril, os produtores de leite de Mato Grosso terão a oportunidade de se qualificarem para cumprir os requisitos exigidos na Instrução Normativa 51/2002, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 

A normativa estabelece regras para a produção, industrialização, transporte, conservação e manuseio do produto. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), vinculado ao Sistema Famato, disponibilizará curso de capacitação para produtores e trabalhadores rurais da bacia leiteira de Mato Grosso.

No treinamento serão abordadas técnicas de manejo sanitário, qualidade do leite, higienização na ordenha, orientações aos ordenhadores, entre outros assuntos. A capacitação será realizada conforme a demanda e os produtores interessados devem solicitar o curso no sindicato rural do município ou da cidade mais próxima.

“Todo produtor e trabalhador rural poderá participar. A gente estima que o treinamento atenda de 12 mil a 15 mil produtores que entregam leite nos laticínios. A IN 51 tem várias normas para que o leite chegue ao laticínio com uma qualidade melhor e o curso vai orientar os produtores a atingirem essa qualidade”, informa Tiago Mattosinho, superintendente do Senar-MT.

Desde 2002, quando a IN 51 foi publicada, a produção de leite brasileira passou por várias etapas de adaptação. A última delas termina em julho, quando os produtores de leite do país terão que cumprir os limites de quantidade de bactérias no leite. Após essa data, a contagem bacteriana total (CTB) por mililitro (ml) no leite passará a ser de 100.000/ml para tanques de um único produtor e 300.000/ml para tanques coletivos. Para isso, os produtores terão que melhorar as condições de higiene na ordenha, nos utensílios utilizados e na limpeza dos animais.

Outra mudança importante que ocorrerá no mesmo período é a Contagem de Células Somáticas (CCS), que indica a reação dos animais às infecções presentes na glândula mamária. Por enquanto, a exigência máxima é de 750.000 células somáticas por ml. A partir de julho será de 400.000/ml. Neste caso, o produtor deverá fazer controle efetivo de mastites (infecção na glândula mamária) no rebanho.

O produtor que não atender as normas pode ter o produto negado pelos laticínios e cooperativas. A normativa também é válida para os demais estados da região Centro-Oeste e para as regiões Sul e Sudeste do país. Apenas os estados do Norte e do Nordeste terão mais um ano para se ajustarem às novas regras.

Embora essas ações sejam de responsabilidade da classe produtiva, o presidente do Senar-MT, Rui Prado, destaca outros aspectos que devem ser levados em consideração: “É de responsabilidade do governo, por exemplo, fornecer energia elétrica permanente para o resfriamento do leite e manter as estradas em condições adequadas para garantir a chegada do produto no laticínio em tempo hábil. O Ministério da Agricultura também deve intensificar a fiscalização do leite clandestino que não atender a IN 51”.

Além disso, Prado diz que é de responsabilidade dos laticínios garantirem o correto transporte do leite adquirido do produtor, principalmente o resfriamento do produto, e manter os programas de educação continuada aos produtores. Os laboratórios também devem ser credenciados no Mapa e manter a qualidade das análises das amostras pesquisadas.


 


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