14/12/2010 às 13h40min - Atualizada em 14/12/2010 às 13h40min

Cooperativas de leite do Rio Grande do Sul avaliam união do setor

Jornal do Comércio

O velho ditado que diz "a união faz a força" começa a ser levado ao pé da letra pelas cooperativas produtoras de leite no Rio Grande do Sul. O crescimento exponencial de indústrias como a Bom Gosto - em fase de fusão com a Leitbom - assim como a vinda de empresas de lácteos de outros estados, caso da Nestlé, forçaram as cooperativas a repensar a possibilidade de promover parcerias para se tornarem mais competitivas.

"A Ocergs têm feito esse contato com as cooperativas, pois precisamos nos fortalecer", confirmou o presidente da cooperativa Piá, de Nova Petrópolis, Vitor Affonso Grings. A ideia é congregar as cooperativas pequenas com aquelas que contam com parque industrial, como é o caso da Piá, Santa Clara, Cosuel, Langhiru e CCGL. Grings diz que essas cooperativas unidas seriam capazes de captar cerca de 2,5 milhões de litros de leite ao dia.

"Só a Piá capta hoje em torno de 500 mil litros dia", informou o dirigente. A parceria permitiria ainda que as indústrias tivessem melhores condições de fidelizar seus associados, evitando a evasão dos mesmos para grandes indústrias, que acabam pagando mais pelo litro do leite. "Com a reunião de todas as cooperativas seria possível pagar em torno de R$ 0,10 a mais pelo litro", projeta. Grings afirmou, porém, que a união do setor ainda está em discussão. O presidente da Câmara Setorial do Leite, Gilberto Piccinini, informou que na sexta-feira será realizada uma reunião entre as cooperativas para debater o assunto. "Até agora não temos nada de concreto, mas não descartamos um projeto futuro", disse Piccinini, que também é presidente da cooperativa Cosuel, de Encantado. Segundo ele, seriam parcerias estratégicas, com a vantagem de ganhar em escala, reduzir os custos operacionais, além de aumentar a competitividade.

O vice-presidente da CCGL de Cruz Alta, Darci Hartmann, se mostrou favorável à criação de um plano de negócio conjunto, através de parcerias. "Estamos acelerando a discussão, frente às fusões e crescimento de outras empresas concorrentes", disse. O executivo lembrou que as cooperativas, ao contrário das outras empresas, não contam com os benefícios do Bndes e por isso devem pensar em unir esforços, com vistas à redução de custos tanto na área industrial quanto na parte de vendas e logística. A CCGL tem captação diária de 1 milhão de litros de leite. 

O presidente da Ocergs, Vergílio Perius, salientou que a principal vantagem de uma possível união seria o aumento de escala produtiva, com melhoria da produtividade. O diretor administrativo financeiro da Santa Clara, Alexandre Guerra, afirmou que é grande a necessidade de se tornar competitivo e que o estabelecimento de parcerias comerciais seria uma boa saída. Para o presidente da Cooperativa Langhiru, de Teutônia, Dirceu Bayer, a formação de joint ventures é uma tendência mundial e as cooperativas gaúchas não devem fugir dessa regra. Ana Esteves

 


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