22/09/2023 às 10h46min - Atualizada em 22/09/2023 às 10h46min

Produção eficiente de leite no Uruguai

Em termos de competitividade, o setor lácteo Uruguaio é semelhante ao de países como Nova Zelândia, Irlanda e Argentina.

Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa) e Canal do Leite
Foto por fabrikasimf. Freepik
O Uruguai não é um grande produtor de leite, mas em termos de competitividade, o setor lácteo Uruguaio é semelhante ao de países como Nova Zelândia, Irlanda e Argentina. Mesmo com um consumo per capita anual de mais de 220 kg de equivalente leite, em 2022, o Uruguai obteve excedente de 73% de sua produção total (ao redor de 2,1 milhões de toneladas) para a exportação. Parte da eficiência obtida vem de uma estrutura concentrada de produção existente no país, com pouco mais de 3 mil propriedades. São fazendas grandes e muito produtivas, com plantel de mais de 120 vacas em média por propriedade, produzindo acima de 5 mil litros/vaca/ano e mais de 1.700 litros/fazenda/dia.
 

Contudo, as mudanças na estrutura continuam em curso. Conforme a Figura 1, no período estudado, houve a diminuição no número de fazendas à taxa de 3,9% ao ano e, ao mesmo tempo, aumento anual da produção por fazenda em 4,3%, de tal sorte que a produção tem se mantido inalterada ao longo do período.

 

A produção de leite se manteve estável nos últimos 5 anos, apesar da redução do plantel de vacas de 5,4% no período considerado. Mas, conforme a Figura 2, houve uma redução no número de vacas (à taxa de 1,0% ao ano), a qual foi compensada por um crescimento médio na produtividade animal de 1,2% ao ano, mantendo a produção praticamente estável, com um crescimento líquido da produção de 0,2% ao ano no período.

Todavia, essa dinâmica não tem sido homogênea ao longo dos anos. No período de 2018 a 2020 o crescimento da produtividade foi excelente e ditou o crescimento positivo da produção. Nos dois anos seguintes, a produtividade teve recuo e o rebanho se expandiu em 2021 e se reduziu em 2022, mantendo estável a produção no período.

 

O Uruguai é uma das regiões com os mais baixos custos de produção do mundo, o que pese utilização na produção de insumos modernos, alimentos concentrados, e animais de alta performance. A base da produção está alicerçada em sistemas à pasto e que também possibilitam melhorias no bem-estar animal e economia no uso de alimentos à base de grãos.

O custo de produção, para os últimos 5 anos ficou em média US$ 31/100 L (Figura 3). Comparativamente é um valor 23% menor do que se verifica no Brasil, de US$ 38/100 L. Essa diferença, em parte, pode explicar por que o Uruguai é capaz de realizar grandes exportações figurando com o segundo maior exportador de leite para o Brasil, atrás somente da Argentina.

Custos de produção mais baixos possibilitam ao Uruguai patamares de preços pagos aos produtores também baixos aumentando a competitividade por preço dos produtos do País (Figura 4).

 

A média de preços do período 2018 a 2022 foi de US$ 34/100 L. Ela representa um valor 23% menor, tanto em relação ao Brasil, quanto da estimativa global de preços pagos aos produtores calculados pelo IFCN, para o mesmo período. O preço pago aos produtores de leite deixa uma margem média apertada da rentabilidade unitária, o que requer dos produtores escala e produtividade elevadas das propriedades. Essa diferença dos custos de produção e preços pagos aos produtores de leite possibilita ao Uruguai elevada competitividade por preços, abocanhando parte relevante do mercado brasileiro de lácteos, por meio de suas exportações.

Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa) e Canal do Leite
 


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