10/09/2023 às 10h41min - Atualizada em 10/09/2023 às 10h41min

Trabalho de professora da Epamig ILCT foi premiado pela Journal of Human Lataction

Artigo que propõe alternativas para aumentar a ingestão calórica por bebês prematuros é escolhido o melhor do ano de 2022 por publicação internacional

Kely de Paula Correa
Agência Minas e Ascom Epamig/ILCT
Foto: Kely de Paula Correa
O artigo Influence of Homogenization in the Physicochemical Quality of Human Milk and Fat Retention in Gastric Tubes, que tem como autora principal a pesquisadora e professora do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (Epamig ILCT), Kely de Paula Correa, foi eleito o melhor do ano de 2022 pela revista Journal of Human Lataction.
O trabalho, que originou o artigo, foi realizado no Departamento de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob orientação da professora Jane Sélia dos Reis Coimbra.  “Nossa equipe buscou resolver um gargalo para a alimentação do lactente em unidades de tratamento neonatal infantil que é a perda dos nutrientes durante o processamento”, destaca Kely.

Normalmente, as crianças que precisam se alimentar sondas nasogástricas apresentam um ganho de peso reduzido, em função da retenção de gordura nestas sondas. “Demonstramos que, com o emprego de homogeneização inserida no processamento do leite humano, a quantidade de gordura retida nas sondas reduziu em mais de 99%. O que pode gerar um aumento da ingestão calórica do lactente”, informa a pesquisadora. Kely Correa descreve o processo: “A homogeneização usa uma fonte de energia para reduzir o tamanho dos glóbulos de gordura. Ou seja, durante a homogeneização do leite, essa energia fornecida ao leite é utilizada para romper as membranas dos glóbulos de gordura, promovendo a redução de seu tamanho.

A seguir, novas gotas de gordura são formadas, com menor diâmetro e em maior número, levando ao aumento da área interfacial total. Como a quantidade de fosfolipídios naturalmente presentes nas membranas dos glóbulos de gordura é insuficiente para cobrir a área interfacial das (novas) gotículas, as proteínas presentes no leite humano podem atuar como barreiras por meio de suas cargas elétricas líquidas e tamanho volumoso, evitando que ocorra o processo de coalescência”.

A pesquisadora explica que diferentes variações foram testadas. “Trabalhamos com seis diferentes técnicas de homogeneização para ver a eficiência de cada uma e também realizei a análise de custos delas, para avaliar qual técnica seria mais eficiente economicamente sem comprometer o perfil de gordura, de forma a oferecer a maior porcentagem possível de gordura para a criança. E assim, aumentar a ingestão calórica desses lactentes menores de 6 meses, que necessitam se alimentar por sonda e, exclusivamente, de leite humano”.

A proposta prevê o emprego da homogeneização no processamento do leite humano nos bancos de leite humano. “Para avaliar a eficiência da homogeneização, após o processamento, realizamos análises da concentração dos ácidos graxos que permaneciam no leite, também foram realizadas  análises de microscopia confocal, para demonstrar que havia tido a redução do tamanho dos glóbulos de gordura e que, consequentemente, o efeito de coagulecência dos glóbulos de gordura e sua aderência a sondas de alimentação havia sido reduzido, possibilitando a ingestão de um leite humano processado com a composição mais próxima do leite humano in natura”, conclui Kely.
O artigo foi submetido à publicação no ano de 2022. Em julho de 2023, Kely Correa foi comunicada da premiação e convidada a participar de um Congresso que aconteceu em Las Vegas, no mês de agosto. “Não consegui comparecer, em função de prazos para emissão de visto, mas vi que a revista deu bastante visibilidade ao trabalho. Esse prêmio é de bastante relevância porque a Journal of Human Lataction tem grande alcance no setor da saúde no mundo todo e o objetivo desse trabalho é contribuir para redução da mortalidade de bebês prematuros”. 

Créditos: Mariana Vilela Penaforte de Assis
Fotos: Kely de Paula / Epamig ILCT 
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