23/08/2023 às 10h23min - Atualizada em 23/08/2023 às 10h23min

Fiscalização garante segurança nos alimentos produzidos no Distrito Federal

Grande parte dos leites, queijos e manteigas encontrados nas redes de supermercado, por exemplo, é de produção local e submetida a um rigoroso processo de fiscalização sanitária.

Valéria Hamann
Jornal de Brasília e eDairyNews
Fotos: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

Entre 2019 e 2022, o Distrito Federal atingiu a marca de mais de 110 mil toneladas de produção oriunda das 100 agroindústrias instaladas nas regiões administrativas (RAs). Grande parte dos leites, queijos e manteigas encontrados nas redes de supermercado, por exemplo, é de produção local e submetida a um rigoroso processo de fiscalização sanitária. Para garantir que o alimento produzido na zona rural do DF chegue em boas condições à mesa dos brasilienses, diariamente são realizadas inspeções de segurança pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri) e pela Diretoria de Vigilância Sanitária em Saúde (Divisa).

“Nós fazemos auditorias nos programas de autocontrole das indústrias, acompanhamos as planilhas que estão sendo preenchidas e vemos se condiz com o produto final. A gente também acompanha o processo e faz análises microbiológicas e físico-químicas para verificar riscos de contaminação. Nos queijos, por exemplo, a gente verifica se tem bactérias não permitidas pelas legislações vigentes”, afirma o diretor de Inspeção dos Produtos de Origem Vegetal e Animal (Dipova) da Seagri, Marco Antônio Martins.

As análises laboratoriais são feitas no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF), onde se verifica a qualidade do alimento produzido. Em breve, o novo laboratório próprio da Seagri será inaugurado, com investimento previsto de R$ 1,65 milhão para reforçar as inspeções laboratoriais realizadas pela pasta.

A Vigilância Sanitária também tem um papel importante na fiscalização quando os produtos chegam às prateleiras. Os fiscais da Divisa colocam em prática o programa de monitoramento da qualidade de alimentos pós-mercado. A cada semestre, a equipe colhe cerca de 800 amostras de alimentos para análises.

“A gente procura alimentos que costumam atingir mais a saúde da população, alimentos mais sensíveis, para colher essas amostras e fazer o monitoramento. A gente analisa se são satisfatórios ou insatisfatórios”, comenta a gerente de Alimentos da Diretoria de Vigilância Sanitária, Dillian Silva, referindo-se a itens como mortadela, presunto e pescados.

Além disso, os fiscais atuam com base em denúncias recebidas pela Ouvidoria do GDF de estabelecimentos ou eventos que fornecem alimentos possivelmente fora dos padrões estabelecidos. Se comprovada alguma irregularidade, o estabelecimento está sujeito a sanções desde advertência até o cancelamento do alvará de licenciamento.

 

Merenda escolar - Pela primeira vez na história do DF, alguns insumos derivados do leite que fazem parte do cardápio da merenda escolar da rede pública de ensino são adquiridos da indústria local. A Laticínios Araguaia, localizada no Núcleo Rural Monjolo, no Recanto das Emas, é a indústria responsável por fabricar e fornecer à Secretaria de Educação manteiga e queijo muçarela. O contrato com a Laticínios Araguaia tem duração de 12 meses e investimento de R$ 17 milhões. No mês de junho, por exemplo, a indústria forneceu 1,5 tonelada de manteiga e 20 toneladas de queijo muçarela para incrementar o cardápio fornecido às crianças e jovens das escolas públicas.

Inspeção sanitária - Semanalmente, os fiscais da Seagri vão às dependências da Laticínios Araguaia para se certificar que a produção segue os protocolos sanitários estabelecidos pela legislação. O acesso à área interna da indústria é restrito, devendo passar por um rigoroso processo de desinfecção. 

As vestimentas também devem ser adaptadas. É necessário usar peças que ajudem a proteger contra vírus e bactérias, como luvas, máscaras, protetores para os pés, toucas e aventais. Além disso, as equipes higienizam todo o espaço no início e no fim do expediente. A indústria também conta com um laboratório próprio para as análises dos materiais.

“No nosso laboratório físico-químico a gente faz as análises de recepção, individual de produtor, de amostra em processo de fabricação e do produto final. A gente faz o monitoramento de higiene também. Todas essas análises são responsáveis para garantir que estamos dentro do padrão estipulado para os produtos”, explicou o responsável técnico da Laticínios Araguaia, Darlan Dornelas.

Expansão comercial - A Laticínios Araguaia tem uma área de 800 m² e processa, por mês, entre 400 mil e 500 mil litros de leite. Atualmente, a indústria gera 58 empregos diretos e atende uma grande parte de supermercados, restaurantes, hotéis, hospitais e sorveterias — todos do DF. Mas o objetivo é aumentar ainda mais a produção e passar a abastecer estabelecimentos de outros estados. Para isso, é necessário adquirir o Selo Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA). A indústria deu entrada no processo de aquisição do Selo SISBI em outubro do ano passado. Atualmente, 14 agroindústrias do DF têm a autorização para comercializar em todo o território nacional. Com a certificação, o estabelecimento passa a ter uma garantia extra de qualidade e segurança nos alimentos produzidos.

“As agroindústrias podem crescer muito mais. Com esse selo, a produção aumenta, porque começa a fornecer para todos os estados do país, e consequentemente aumenta a geração de emprego e de impostos. É bom para todo mundo”, comenta o diretor da Dipova, Marco Antônio Martins.

“A gente quer crescer e expandir. Sabemos que nosso produto tem qualidade e o nosso material humano é de ponta. É pela nossa equipe que a gente obtém a qualidade no mercado. Temos uma grande preocupação com o social e o ambiental e passamos por toda a fiscalização dos órgãos para ser possível essa expansão com responsabilidade”, defende o diretor operacional da Laticínios Araguaia, Rildo Monteiro Martins.

De acordo com o responsável técnico Darlan Dornelas, as contratações vão aumentar e haverá mais investimento nas estruturas da indústria. “Quando o selo sair, a gente quer contratar pelo menos mais 10 profissionais. Nossa ideia também é reformar a indústria para adequar e melhorar a produção para melhor abastecer dentro e fora do DF”, afirma.

Autora: Valéria Hamann
Fonte: Jornal de Brasília e eDairyNews


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