06/08/2023 às 09h11min - Atualizada em 06/08/2023 às 09h11min

Leopoldina volta a ter um grande laticínio e gerar empregos no setor

SEDE, Invest Minas e Prefeitura viabilizaram investimento em planta fabril desativada, beneficiando trabalhadores e produtores rurais

Fernanda Espíndola
Assessoria de Imprensa da cidade de Leopoldina - MG
Assessoria de Imprensa da cidade de Leopoldina - MG
O mês de julho de 2023 é histórico para os leopoldinenses. A data marca o início das atividades da planta fabril que abrigou a antiga cooperativa de produtores de leite e principal laticínio da região. A indústria paralisou as atividades por problemas financeiros, acabando com centenas de empregos e prejudicando vários produtores rurais. Mas uma ação conjunta entre o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDE) e a Invest Minas, e a Prefeitura permitiu que a unidade obsoleta fosse reativada com um novo investidor, garantindo a retomada dos empregos e a sobrevivência de produtores rurais. Leopoldina faz parte de uma das mais importantes bacias leiteiras do país, sendo inclusive sede do Arranjo Produtivo Local (APL) de Bovinocultura de Leite, reconhecido pelo Estado. Na primeira metade do século passado, a região era a responsável por abastecer a então capital federal, o Rio de Janeiro. Neste contexto, nasceu a Cooperativa dos Produtores de Leite de Leopoldina (LAC). A marca teve produtos de sucesso e chegou a beneficiar 400 mil litros de leite por dia. 

Mas nos anos 2000, a LAC enfrentou várias crises financeiras. Na última, em 2019, demitiu mais de 200 funcionários e a produção foi reduzida drasticamente. Em 2022, a unidade tinha apenas 16 empregados, 70 fornecedores e recebia apenas 4,5 mil litros de leite diariamente, uma queda de 90% na produção. O encerramento das atividades ocorreu pouco depois. O presidente do Sindicato Rural de Leopoldina, Salviano Junqueira Ferraz, relembra o impacto negativo da paralisação do laticínio . “A cooperativa buscava o leite nas pequenas propriedades, e esses produtores ficaram sem ter como levar o produto ao laticínio. As grandes fazendas encontraram alternativas, mas os pequenos ficaram sem ter como escoar a produção. Muitos venderam animais, passaram a fazer queijo, manteiga e outros produtos, mas isso era o suficiente só para manter a família. Vivemos uma situação muito ruim”, conta.
 
Sobrevivência - Reativar a fábrica obsoleta passou então a ser uma questão de sobrevivência para milhares de pessoas. Com a vocação regional e mão de obra qualificada à disposição, não foi difícil achar interessados. O empresário catarinense Auri Vilmar Meisterlin, proprietário de outras três marcas no Sul do país, aceitou o desafio de arrendar a planta da antiga cooperativa, mas ele encontrou muitas dificuldades no processo. “A fábrica estava praticamente parada há quatro anos, com maquinário se deteriorando e licenças vencidas. Iríamos levar anos para colocar tudo em ordem. Sem a fábrica operando, os gastos seriam inviáveis”, conta o empresário. Algumas lideranças locais e o novo investidor procuraram o Governo de Minas para ajudar com uma solução para o impasse. O subsecretário de Liberdade Econômica e Empreendedorismo, Lucas Pitta, ficou a par da situação e mobilizou também a Invest Minas, e as equipes técnicas para tentar garantir a viabilidade do novo empreendimento.
 
“Ouvimos os relatos da situação e da importância dessa planta para a região. Com muita conversa, conseguimos envolver outros órgãos para costurar um caminho que permitisse, legalmente, que a atividade fosse iniciada em um volume menor e ampliada à medida que alguns entraves fossem sendo resolvidos. Muitas vezes é isso que falta para solucionar um problema: sentar todos à mesa, cada um expor o seu lado e construirmos juntos uma solução, dentro da legalidade e do respeito ambiental, permitindo que o empreendedor viabilize o seu negócio e gere os empregos. E esse foi exatamente o caso”, conta o subsecretário. O empreendedor se comprometeu a resolver diversas questões com prazos determinados em troca da liberação da fábrica, para o início das operações. “Depois da reunião, em 15 dias já estava sendo feita uma nova vistoria no local. Além do apoio da prefeitura, a Invest Minas nos ajudou demais apontando o que deveríamos fazer e qual órgão procurar para resolver os entraves”, complementou Meisterlin.
 
Impacto econômico e social - A Leolac iniciou as atividades na antiga planta fabril no início de 2023, de maneira experimental. Mas a partir deste mês de julho, já está operando em escala normal. Atualmente, já são 98 funcionários e um beneficiamento de 150 mil litros de leite e 400 mil litros de soro por dia, vindos de mais de 400 produtores. Mas o número de funcionários deve passar de 200 em curto prazo, já que a empresa está com vagas de emprego abertas ainda. O prefeito de Leopoldina, Pedro Augusto Junqueira Ferraz, destaca a importância de ter um novo laticínio em operação no município. “A economia de Leopoldina ganha muito com a abertura dessa nova empresa, não só na arrecadação de impostos. Com a indústria, crescem as oportunidades de emprego na área rural na nossa microrregião, evitando que mais pessoas venham para o centro urbano. O Governo de Minas teve uma atuação fundamental conosco na viabilização deste sonho. Quando trabalhamos juntos por um mesmo objetivo, o resultado é desenvolvimento, geração de empregos e melhoria da vida do homem do campo”, ressalta Pedro Augusto.
 
Douglas Silvério, 31 anos, foi um dos beneficiários da abertura da Leolac em Leopoldina neste ano. Pai de duas crianças pequenas, ele não esconde a felicidade em falar da nova oportunidade como operador de torre de secagem de leite em pó. “Passei quase seis meses desempregado, e sem muita perspectiva, pois tenho experiência em empresa de alimentos. A vinda a Leolac foi uma oportunidade para eu voltar ao mercado. Sou muito grato à empresa e penso agora em crescer na carreira. Estou muito feliz pelo meu novo emprego e pelo impacto na cidade e na região”, comemora.  Salviano Junqueira também conta que, aos poucos, a situação no campo vai voltando ao normal. “As propriedades vão levar um tempo para se reestruturar, mas já melhorou demais. Hoje, temos um horizonte à frente. O Sindicato está ajudando todos em busca de crédito para compra de animais e novas máquinas. Em breve, vamos retomar o ritmo de produção e voltar a ser uma das maiores bacias leiteiras de Minas”, celebra o produtor, bastante confiante. O analista de Promoção de Investimentos Walace Peixoto, que acompanhou o caso pela Invest Minas, destaca o papel da Agência em auxiliar os empreendedores a consolidar os seus investimentos, que acabam causando um efeito positivo em vários outros setores econômicos. “O impacto é extremamente benéfico, pois movimenta vários negócios dentro da cadeia produtiva, como veterinários, casas de ração, serviços de manutenção e venda de veículos etc. Além disso, com mais famílias empregadas, o poder de compra aumenta, beneficiando setores como comércio e serviços. Ajudar a concretizar investimentos como esse garante melhoria de qualidade de vida para milhares de pessoas”, complementa.

 
 
 
 
 
Vista parcial do parque fabril (Divulgação)

Fonte: Assessoria de Imprensa da cidade de Leopoldina - MG
 
 

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