21/06/2023 às 19h45min - Atualizada em 21/06/2023 às 19h45min

O leite ainda é um bom negócio para aqueles que permanecem na atividade

Algumas propriedades menores, com pouca eficiência produtiva do leite estão saindo do mercado. No entanto, verifica-se o crescimento de grandes produtores o que acabará equilibrando a produção”.

Valéria Hamann
Ecoregional e Edairynews
Diretora Nádia Patussi Penso

A produção de leite brasileira veio em ascendência até 2021, acompanhando os bons resultados de todo o setor de proteína animal, mesmo com os altos preços dos insumos, puxados pelo período da pandemia. 

O ano de 2022, porém, foi marcado por fortes oscilações no mercado mundial de lácteos onde houve diminuição dos preços de praticamente todas as commodities, e que ocasionaram perdas financeiras para o setor. “Vimos o mundo priorizando o agro para garantir suas reservas de alimentos, principalmente de soja e milho, fazendo com que muitas propriedades produtoras de leite migrassem da atividade ou diminuíssem seus plantéis para dar espaço ao cultivo das terras.

As últimas estatísticas mostram que a produção leiteira caiu, porém, a profissionalização do setor está aumentando. Algumas propriedades menores, com pouca eficiência produtiva estão saindo do mercado. No entanto, verifica-se o crescimento de grandes produtores o que acabará equilibrando a produção”, comenta a diretora da empresa Cotrilac, Nádia. Segundo ela, as indústrias de laticínios vêm administrando dificuldades e baixos resultados financeiros.

“As importações de lácteos, principalmente dos nossos vizinhos Argentina e Uruguai, subiram exponencialmente o ano passado e atingiram números nunca vistos, causando desajuste na balança comercial dos nossos produtos e comprometendo o mercado interno, visto que não somos exportadores e o mercado interno está com maior oferta que demanda, com os preços dos produtos importados chegando aqui mais baixos, impactando toda a cadeia”, frisou.

No Estado, no primeiro semestre deste ano, já foi noticiada a paralisação da produção de laticínios e houve pedido de recuperação judicial, de indústrias que eram ícones do setor. “O aumento sazonal da produção de leite no RS, que acontece nos meses de julho e agosto, está previsto para acontecer, pois os insumos para alimentação das vacas baixaram seus preços consideravelmente, o clima está favorável, e a remuneração paga pelo litro de leite ao produtor teve ganhos acima dos indicadores financeiros, significando que o leite ainda é um bom negócio para aqueles que permanecem na atividade”, ressalta ao destacar que é importante estar atento e fazer gestão eficiente nas indústrias.

A Cotrilac
A empresa foi fundada em 1998 e iniciou suas atividades em Anta Gorda, no ano 2000. Atualmente, processa 33 milhões de litros de leite/ano e comercializa seus produtos em todo o Brasil com as marcas Bella Estância e Latsul. A Cotrilac produz derivados láteos como queijos, bebida láctea, nata, soro concentrado e creme de leite para uso industrial.  Participam do processo cerca de cem colaboradores, em diferentes setores: produção, coleta de leite e transporte de produtos, técnicos de campo, veterinários e técnicos em agropecuária, desenvolvendo trabalhos de apoio e orientações nas 450 propriedades produtoras de leite parceiras da empresa.

A captação de leite in natura pela indústria, estende-se aos municípios de Doutor Ricardo, Encantado, Capitão, Travesseiro, Coqueiro Baixo, Ilópolis, Cruzeiro do Sul, Lajeado, Arroio do Meio, Teutônia, Marques de Souza, Colinas, Roca Sales, Santa Clara do Sul, Mato Leitão, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Vera Cruz, Vila Maria, Relvado, Pouso Novo, Nova Bréscia, Dois Lajeados, Montauri, Casca, Marau, Vespasiano Corrêa, São Valentin do Sul e Muçum.

Fonte: Ecoregional e Edairynews


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