Num investimento de R$ 2 milhões na primeira etapa, mas com a promessa de dobrar este valor, em quatro anos, o empresário Francisco Veloso Júnior, proprietário da Tapuio Agropecuária Ltda., sediada em Taipu (RN), promete dinamizar o setor de laticínio maranhense com a aquisição de uma indústria que pertencia à Agromasa, em Santa Inês.
Segundo ele, com a entrada em funcionamento desta filial, provavelmente no início de setembro, sua empresa pretende fechar o mercado nordestino e avançar no Norte, com a venda de seus produtos nas principais cidades destas regiões.
Beneficiando tanto o leite de búfalas quanto de vacas, Francisco Veloso pretende abastecer supermercados, padarias, lanchonetes, restaurantes, hoteis e outros estabelecimentos maranhenses com produtos nobres, principalmente queijos, já comercializados em outros estados. Segundo ele, esses produtos ainda não estão disponibilizados no mercado local devido à distância, ou seja, como tratam-se de produtos perecíveis, o transporte, devido ao longo tempo de viagem (seja pela distância ou precariedade das estradas), pode resultar na deterioração de boa parte da carga, e neste caso, quem sempre paga pelo estrago é o fornecedor.
Atualmente a linha Tapuio pode ser encontrada no comércio do Ceará à Bahia, mas com a entrada em funcionamento da fábrica de Santa Inês vai ser possível abastecer tantos as capitais quanto as principais cidades do interior nos estado do Piauí, Maranhão e Pará. Afinal de contas, a cidade fica numa posição geográfica estratégica, no entroncamento das BRs 316 e 222. Outro ponto favorável é sua proximidade dos maiores fornecedores: Baixada Maranhense, Mearim e região tocantina.
Produção - Francisco Veloso diz que é incompreensível como o Maranhão, reunindo o segundo maior rebanho de bovinos do Nordeste, perdendo apenas para a Bahia, e sendo o segundo maior criador de búfalos do Brasil, perdendo apenas para o Pará, ainda não tenha dinamizado sua indústria de laticínios. Ele diz que desde a aquisição da fábrica da Agromasa está contactando criadores, a fim de formar um bom quadro de fornecedores de leite.
Ele acredita que os criadores de búfalos até hoje não se dedicaram muito à produção do leite porque não tinham a quem fornecer, mas com a chegada de um grande comprador, eles certamente irão diversificar sua criação. O mesmo deverá acontecer com os criadores de bovinos, já que estes também reclamam da falta de bons compradores.
Veloso ainda não sabe precisar qual será a produção inicial da sua indústria, mas garante que será suficiente para atender a uma boa fatia do comércio, devendo se tornar mais agressivo na segunda fase, que espera ser daqui a quatro anos, quando espera estarem seus produtos bem massificados.
Aceitação - Ele diz que os produtos fabricados a base de leite de búfalas tende a ser bem consumidas também no Maranhão, a exemplo de outros estados, a partir de uma campanha de conscientização de que são mais nutritivos, saborosos e saudáveis. Ele diz que alguns queijos que tem esse animal como origem chegam a ser quatro vezes mais caros, porém nem por isto pouco consumidos, já que nos lugares onde são vendidos o público consumidor conhece sua importância nutritiva.
Para entrada em funcionamento da usina de Santa Inês, ele depende apenas da licença ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e do Selo de Inspeção Federal (SIF). Ao que tudo indica, essa pendência burocrática será resolvida ainda em agosto e a empresa começa a operar em setembro.