12/09/2010 às 08h59min - Atualizada em 12/09/2010 às 08h59min

Bacia leiteira do RS quer ser destaque em excelência

Jornal do Comércio

O Estado é ultrapassado apenas por Minas Gerais, com 7,2 bilhões de litros por ano. “Teríamos que crescer mais do que o dobro para superar os mineiros”, disse o presidente da Associação Gaúcha dos Laticinistas (AGL), Ernesto Krug. No entanto, o Estado apresenta a bacia leiteira com a maior qualidade e rendimento. Enquanto a produção média nacional é de 3,5 litros de leite vaca/dia, no Rio Grande do Sul esse volume chega a 7,2 litros de leite vaca/dia.

Para o presidente da AGL, o Estado teria condições de produzir mais leite, através da intensificação da assistência técnica aos produtores, da liberação de crédito para adoção de novas tecnologias e do pagamento do leite por qualidade. Algumas empresas já têm implementado programas de fomento à produção e à qualidade junto aos produtores. “Elas buscam leite com mais sólidos e gorduras, que podem ser utilizadas para outros produtos derivados”, explica Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado (Sindilat/RS). Em julho, a Bom Gosto lançou o Plano 300, programa que visa a suprir uma capacidade ociosa de processamento de dois milhões de litros de leite por dia - a empresa capta seis milhões e processa quatro. Para viabilizar essa expansão, serão oferecidas linhas de crédito com dois anos de carência e seis anos para pagamento.

A Nestlé, que neste ano expandiu suas atividades no Estado com sua instalação na antiga unidade da Parmalat em Carazinho, já implementa programas a fim de incentivar a produção de leite naquela região. Além disso, a empresa presta apoio técnico, orientação e capacitação sobre temas voltados à cadeia leiteira, manejo de ordenha, utilização de pasto e alimentação adequada. Em Carazinho, fazem parte deste programa cerca de 30 produtores de leite.

Na Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa, o pagamento do leite produzido por três mil criadores associados já é realizado conforme a qualidade apresentada, a fim de incentivar uma melhoria contínua. Um fator que está prejudicando investimentos na produção láctea gaúcha são os baixos preços que vêm sendo oferecidos. O preço médio pago ao produtor pelo litro do leite padrão vem caindo desde maio, quando era cotado em R$ 0,6330. Em agosto, o produto deve ter recuo de 3,47%, chegando a R$ 0,5531.

Um dos principais vilões apontados para a queda é a concorrência com o produto importado. “Você concorre não só com outros estados, mas com o mundo todo. A importação de lácteos em 2010 teve 31% de crescimento, e isso pressiona o mercado”, disse Alexandre Guerra, diretor da Santa Clara. A balança comercial no setor é desfavorável desde 2009, quando foram importados US$ 264,843 milhões, contra US$ 166,790 milhões exportados. Linhas somam R$ 564 milhões para a feira

Uma extensa linha de crédito colocada à disposição por quatro grandes instituições financeiras no Estado - Banco do Brasil, Sicredi, Banrisul e Brde - irá somar um total de R$ 564 milhões para financiamentos agrícolas na Expointer 2010. “Os R$ 250 milhões são um indicativo, que poderá ser aumentado caso haja maior demanda por recursos”, garante o superintendente estadual do BB, José Carlos Reis da Silva. O Brde abrirá duas linhas de financiamento dentro da Expointer. O banco financia até 100% dos bens, com juros de 8% ao ano e até 36 meses para pagar. “O objetivo é apoiar o desenvolvimento da agropecuária irrigada sustentável, econômica e ambientalmente, de forma a minimizar o risco da produção e assim aumentar a oferta de alimentos para os mercados internos e externos”, justifica Carlos José Ponzoni, da gerência de Planejamento do banco. O limite de valor do crédito individual é de até R$ 1,3 milhão, coletivo de até R$ 4 milhões.

O Sicredi vai oferecer R$ 100 milhões para financiamentos. “Esse é um valor inicial para nossas operações de crédito na feira. Porém, estamos prontos para atender a toda a demanda que houver”, ressalta Orlando Müller, presidente da Central Sicredi Sul. Com R$ 114 milhões, 20% a mais do que em 2009, o Banrisul tem como única exigência dos interessados em suas linhas de crédito que os mesmos apresentem um bom histórico financeiro, sem pendências com outros bancos, assim como receita compatível. O banco vai atuar principalmente as linhas de crédito de programas como o Mais Alimento, hoje o mais procurado pelos agricultores.

 


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