O Índice de Insumos para a Produção de Leite Cru (ILC) de fevereiro registrou uma forte queda. A deflação foi de 5,47% na comparação com janeiro deste ano. Um conjunto de fatores foi responsável pela retração, conforme relatório divulgado pela Assessoria Econômica da Farsul nesta quinta-feira (23).
O início da colheita de verão no Centro Oeste brasileiro com a perspectiva de safra recorde no país para 2023 impactaram nos preços de soja e milho, que tiveram queda no período. Na cesta de insumos que compõem o ILC, a maioria dos produtos teve redução nas cotações, especialmente em ureia e óleo diesel. Também colaboram na formação do panorama a retração nos valores do frete marinho e a desvalorização de 8,6% do barril de petróleo.
No acumulado do ano, o ILC fechou com uma deflação de 5,16% em fevereiro. Esse resultado está bem alinhado com as expectativas que já eram observadas no Índice de Inflação do Custo de Produção (IICP) do mesmo período. O relatório indica preocupação com o cenário econômico nacional. "O cenário inicial pode até parecer favorável para uma retomada das margens do setor em 2023. Entretanto, o governo novo ainda não demonstrou ter a cautela que se espera dele sobre o tema inflação, ou seja, ainda é cedo para afirmar que não deveremos observar um novo cenário inflacionário este ano", destaca o texto.
No acumulado em 12 meses, o ILC registrou deflação de 13,95%. O resultado não surpreende, o pico inflacionário aconteceu no primeiro trimestre de 2022. Porém, os custos se mantêm elevados impactados pelos reflexos da estiagem no estado. Para a março, a expectativa é de alta em alguns insumos, como energia elétrica e combustíveis, em razão da reoneração de impostos do governo.
