No Dia Mundial do Leite, em 1º de junho, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) vai promover um seminário virtual com representantes da pecuária leiteira e a participação da nutricionista Janaína Goston. Doutora em Saúde Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (Ufmg), a especialista falará sobre a importância do leite e seus derivados na nossa alimentação.
O diretor-presidente da Emater de Minas, Otávio Maia, fará a abertura do evento, com o tema "Mitos e Verdades sobre o Consumo do Leite". O webinar será transmitido pelo canal da empresa no YouTube e terá as presenças do presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Leite (Fecoagro Leite Minas) e da Cemil, Vasco Praça Filho, e do vice-presidente da entidade e presidente da Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (Ccpr), Marcelo Candiotto.
O leite é considerado um dos alimentos mais completos e acessíveis para a população. Em um copo de 200 mililitros de leite de vaca, há cerca de seis gramas de proteína, quantidade suficiente para suprir 8% das necessidades diárias de um adulto. Quando se fala em cálcio, então, o produto é campeão. Um copo do tipo integral contém 240 miligramas do mineral, e supre 24% da recomendação diária. Isso sem falar em outros minerais, como fósforo e magnésio, e nas vitaminas, principalmente A, D, E e K, além das do complexo B.
Nos últimos anos, o consumo do leite vem sendo questionado. Uma das alegações contra a necessidade de se ingerir o produto durante toda a vida é que o ser humano é o único animal que consome leite depois de adulto. Mas a nutricionista Janaína Goston é uma das defensoras da participação desse alimento na alimentação diária: "Que bom que nós, seres humanos, conseguimos manter o leite na nossa dieta. O valor nutricional é importantíssimo. Então, temos que aproveitar esse alimento nobre".
Janaína ressalta ainda a boa absorção do cálcio presente no leite, em comparação com outros alimentos ricos no mineral, como as folhas verdes escuras. "Se a gente for comparar a biodisponibilidade, ou seja, o quanto de cálcio do alimento o nosso corpo aproveita, ela é bem maior no leite. Para ter a mesma quantidade de cálcio necessária em um dia, uma pessoa teria que ingerir uma quantidade enorme de brócolis, por exemplo. E isso, principalmente com o público infantil, é muito difícil".
Para quem tem intolerância à lactose ou alergia a proteínas do leite de vaca, a indústria de lácteos vem desenvolvendo cada vez mais opções, de forma a atender este público específico. O presidente da Cemil, Vasco Praça Filho, conta que já é possível determinar animais que produzem um leite específico, chamado de A2, que pode ser consumido pelos alérgicos à proteína beta-caseína. "Por meio de melhoramento genético, está sendo possível separar rebanhos específicos para esse tipo de leite, principalmente nas raças gir e sindi. E ainda existem as fórmulas especiais para os alérgicos, além dos leites livres de lactose, para os que têm intolerância".
O executivo, que também preside a Fecoagro Leite Minas, destaca ainda a importância da atuação em conjunto de produtores e da indústria, para oferecer produtos cada vez melhores. "As normativas e exigências do Ministério da Agricultura são cada vez mais eficazes para garantir a qualidade, e os produtores estão muito conscientes disso", afirma Vasco Praça Filho. Ele avalia que o webinar promovido pela Emater-MG será uma boa oportunidade para informar os consumidores sobre os benefícios do leite.
O Dia Mundial do Leite foi criado em 2001 pela FAO, órgão das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. O objetivo é incentivar o consumo do alimento em mais 85 países que comemoram a data, inclusive o Brasil. Minas Gerais é a maior bacia leiteira do país, com participação de cerca de 27% na produção nacional. O setor, assim como a cafeicultura, é um dos mais tradicionais do meio rural mineiro.
O webinar "Mitos e Verdades sobre o Consumo do Leite" será no dia 1º de junho, às 19h. Para participar, basta acessar este link..