04/06/2010 às 12h35min - Atualizada em 04/06/2010 às 12h35min

Nilza é colocada à venda e suspende produção para conter prejuízos

DCI

A Indústria de Alimentos Nilza, que já foi líder no segmento de leite longa vida no Estado de São Paulo, está à venda, segundo informações da própria companhia. Com unidades em Ribeirão Preto (SP) e em Itamonte (MG), a empresa suspendeu a captação e o processamento de leite e mantém 250 funcionários do setor fabril em casa desde o início deste mês, com os salários pagos normalmente.

A empresa informou que não há prazo para a finalização do processo de venda da Nilza e que a negociação ocorre de forma sigilosa com algumas empresas, tanto do setor lácteo como de outras áreas. A decisão pela paralisação das atividades ocorreu, ainda de acordo com a Nilza, para que não houvesse mais prejuízos nas operações.

A decisão do empresário Adhemar de Barros Neto, que adquiriu a companhia no final de 2005, em vendê-la é mais um capítulo da tumultuada história de mais de 60 anos da Nilza e inclui o atual processo de recuperação judicial, homologado em outubro do ano passado, para a renegociação de um passivo de R$ 340,8 milhões. Adquirida por Neto após enfrentar uma crise quando era administrada por um pool de cooperativas paulistas e mineiras, a antiga Leites Nilza chegou a ter entre 15% e 20% do mercado de leite longa vida de São Paulo.

No início de 2009, com a crise de liquidez, a empresa fechou a unidade adquirida em agosto de 2008 da Montelac em Campo Belo (MG). Na operação de compra da empresa mineira, que incluiu a fábrica de Itamonte, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) injetou R$ 120 milhões e passou a ter 35% da Indústria de Alimentos Nilza. A capacidade máxima de captação e processamento das duas unidades da empresa é de 1 milhão de litros de leite por mês, volume que não foi atingido.

Em março do ano passado a Nilza não conseguiu suportar a crise e entrou com pedido de recuperação judicial em Ribeirão Preto, onde fica sua sede. Após tumultuadas negociações com credores e sem unanimidade, a recuperação foi aprovada e homologada em outubro de 2009. Como parte da dívida da Nilza renegociada judicialmente começa a ser paga em outubro e a maior fatia a partir de 2011, o empresário terá tempo para se desfazer da companhia.

Em avaliação feita pela empresa de advocacia em propriedade industrial José Carlos Tinoco Soares, cujo laudo foi anexado ao pedido de recuperação judicial, a Nilza foi avaliada em R$ 750 milhões. (AE)


 


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