28/04/2018 às 14h02min - Atualizada em 28/04/2018 às 14h02min

O consumo nacional de produtos lácteos não promete crescimento significativo em 2018

No final de 2017 o setor lácteo mundial começou a sair de um longo período de crise

Fonte: Portal Terra Viva

Lácteos –  Em fevereiro, o preço mundial do leite ao produtor, estimado pelo IFCN, foi de US$ 0.33 por litro, próximo do patamar médio histórico de US$ 0.35 do período 2008/2017. O nível mais baixo ocorreu em maio de 2016, quando o preço atingiu US$ 0.21.

No Brasil, o preço médio real ao produtor nos últimos dez anos foi de R$ 1,24 (valores mensais corrigidos pelo IPCA para fevereiro de 2018). Esse valor equivale a US$ 0.41 por litro, patamar 16% superior ao preço de referência mundial do IFCN que, em termos reais representa R$ 1,07 por litro. A produção total nacional cresceu em média 2,9% ao ano entre 2007 a 2016. Neste período a única retração aconteceu entre 2014 e 2016, com uma queda total de 4,3% no acumulado dos dois anos. Em 2018 a oferta nacional deve apresentar uma recuperação mais modesta em relação a 2017 e os preços um crescimento mais lento. 

 










 

  1. Preço ao produtor – No primeiro trimestre de 2018, média de R$ 1,13, está 9% abaixo de seu preço real histórico, de R$ 1,24 por litro (preços mensais brutos corrigidos pelo IPCA para fevereiro de 2018);
  2. Preço do alimento concentrado – Em fevereiro de 2018 o preço do concentrado foi R$ 0,72/kg, menor 12% comparado com seu valor real da média histórica, de R$ 0,82 por kg;
  3. Indicador de lucratividade – Tomando como referência o consumo médio de um kg de concentrado para se produzir três litros de leite, nos últimos dez anos, para cada litro de leite vendido (média de R$ 1,24 por litro), o custo da ração representou R$ 0,24 por litro. A margem para pagar os demais custos da atividade foi de R$ 1,00 por litro. Esta margem, que era de R$ 0,87 em janeiro, subiu para R$ 0,95 em março, abaixo 5% se comparado com a média histórica;
  4. Maior estabilidade – O setor lácteo mundial sai, de forma lenta, de sua mais longa crise histórica. Com os preços chegando aos seu patamares históricos, a expectativa é de menores oscilações de preços e de produção;
  5. Preços internacionais – Com preços internacionais do leite em pó mais elevados, espera-se redução das importações de lácteos por parte do Brasil. Considerando o período da entressafra de 2018 a perspectiva de lucratividade ao produtor pode não ser muito favorável, pois espera-se aumento mais acentuado do custo do concentrado por conta da frustração de safra de milho e soja na Argentina. Vale lembrar que de fevereiro a março de 2018 o preço do milho subiu 19% e do farelo de soja 5,7% no mercado brasileiro. Repetindo o período 2015/2017, o consumo nacional de produtos lácteos não promete crescimento significativo em 2018. No entanto, um cenário econômico mais animador (queda continuada da taxa SELIC e do índice de inflação, associada à expectativa de retomada de crescimento do PIB, do nível de emprego e de renda) pode estimular o crescimento do consumo, em especial no segundo semestre de 2018.

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