Para qualificar a atividade leiteira em Ronda Alta, contemplando propriedades em que o jovem está envolvido, a Emater/RS-Ascar iniciou o Projeto de Assistência Técnica para o Desenvolvimento de Sistemas de Produção de Leite da Agricultura Familiar (SisLeite) com 19 jovens produtores do município. Na última terça-feira (27), uma aula inaugural marcou a implantação do Projeto SisLeite em Ronda Alta.
O SisLeite foi desenvolvido, conceitualmente, admitindo a existência de diferentes formas de produção de leite para a agricultura familiar no Estado. Dessa forma, o Projeto não propõe a difusão de um pacote tecnológico, mas de um conjunto de diretrizes técnicas e metodológicas que devem ser consideradas, como a visão sistêmica da propriedade e da atividade, o diálogo com a família e o planejamento conjunto, a pactuação de atividades e comprometimento com os resultados, gestão da atividade, foco no aumento da eficiência técnico-econômica, priorização dos gastos em produção, qualidade e redução da penosidade, máxima eficiência na produção de alimentos volumosos, conservação dos recursos naturais, respeito à legislação ambiental e ao bem-estar animal.
Em Ronda Alta, autoridades e lideranças locais participaram da atividade realizada com os jovens produtores, entre elas o prefeito, Miguel Gasparetto, o secretário Municipal da Agricultura e Obras, Eliomar Rigo, o presidente da Câmara de Vereadores, José Fontana, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Sérgio Cé, o assistente técnico regional de sistemas de produção animal da Emater/RS-Ascar, Valdir Sangaletti, e o supervisor, Leonir Bonavigo. O prefeito questionou os jovens sobre qual seria o melhor emprego para geração de renda. Gasparetto destacou as vantagens de morar no meio rural e mostrou que permanecer na propriedade, principalmente trabalhando com a atividade leiteira, é possível ter renda e qualidade de vida.
A aula seguiu com a explanação do assistente técnico, Valdir Sangaletti, que apresentou aos jovens o Projeto SisLeite, destacando os objetivos e a proposta de trabalho. Em seguida, Sangaletti falou sobre a abordagem sistêmica na propriedade e na atividade leiteira.
"Usaremos alguns elementos da abordagem sistêmica no curso, como o entendimento de que a realidade é complexa e não é explicada pela simples soma das partes, a importância da interdisciplinaridade e da multidisciplinaridade, como necessária para uma maior compreensão da realidade, destaque para a característica do especialista que sempre procura compreender e aprender e, por fim, que existem muitas soluções satisfatórias nesse processo", observou Sangaletti. Segundo ele, o estudo de um sistema pressupõe a realização de algumas fases sucessivas e complementares, o diagnóstico, fase de análise, fase de síntese, tomada de decisão e plano de ação e execução.
Os próximos encontros, que acontecerão quinzenalmente, abordarão diferentes temas, contemplando o primeiro módulo do curso. Solos, planta forrageira, a vaca leiteira, planejamento forrageiro, implantação de pastagens, manejo de pastagens, ambiência e bem-estar animal, dieta de vacas leiteiras e "Gestão da atividade leiteira: fazendo a coisa certa", serão os assuntos tratados nas próximas aulas.
O curso tem metodologia teórico-prática. Todos os assuntos tratados nas videoaulas, que foram gravados por profissionais da Emater/RS-Ascar, serão aplicados nas propriedades rurais. Os jovens participantes dessa atividade também serão inseridos no Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), que é executado pela Emater/RS-Ascar.