02/06/2016 às 11h06min - Atualizada em 02/06/2016 às 11h06min

TecLeite aproxima pecuaristas leiteiros de técnicas sustentáveis

A discussão sobre novas tecnologias e práticas sustentáveis para a atividade leiteira foi o principal foco da 5ª edição do TecLeite (Tecnologias para a Produção Sustentável de Leite), realizada na última quinta (23) no Campo Experimental Santa Mônica, em Valença, no espaço de pesquisas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). O evento reuniu mais de 200 pessoas, entre produtores rurais, extensionistas rurais, estudantes e pesquisadores de diversos municípios do estado do Rio de Janeiro e também de Minas Gerais.

A realização do evento já se tornou tradicional no Sul Fluminense, região da principal bacia leiteira do estado, de onde vem 35% de todo leite produzido no Rio de Janeiro por cerca de 4 mil produtores, segundo dados da Emater-Rio. O município de Valença, onde ocorreu o evento, se destaca por concentrar mais de 1.200 desses produtores, sendo responsável por uma produção anual de 36 milhões de litros de leite, o que representa 7,5% do total da produção do estado.

Para o diretor técnico da Emater-Rio, Ricardo Mansur, a diversificação de temas, uma das características do TecLeite, reflete a realidade do agricultor familiar no campo. Mansur esteve no evento representando o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, e destacou a importância da atividade para a região e, consequentemente, para a cadeia produtiva do leite.

- O evento tem total integração com as práticas incentivadas pelo Rio Rural, programa da secretaria estadual de Agricultura. A capacitação é feita de forma eficiente, concentrando um grande número de produtores, técnicos, pesquisadores e estudantes em um só local, com informações diretas no campo. Os produtores podem aqui não só conhecer novas tecnologias, mas também tirar muitas dúvidas sobre as práticas empregadas em seu dia a dia - destacou.

Atividades do TecLeite
O evento começou com uma palestra ministrada pelo secretário de Agricultura e Pecuária do município mineiro de Rio Pomba, Alarion Mendes Gomes. Ele apresentou as experiências do Programa Municipal de Inseminação Artificial, projeto existente há 30 anos, que vem auxiliando os criadores na produção e comercialização do leite. Em seguida, Ricardo Mansur, da Emater-Rio, apresentou o trabalho que vem sendo realizado pela secretaria estadual de Agricultura para o fortalecimento da cadeia produtiva do leite, especialmente as ações do Rio Rural.

O Rio Rural vem incentivando toda a cadeia produtiva de leite do estado, com a elaboração de mais de 4 mil subprojetos, que vão representar investimentos de cerca de R$ 13 milhões. Na Região Sul do estado, são cerca de R$ 1,2 milhão investidos em diversas práticas pecuárias, como formação de pastagens, aquisição de ordenhadeira, pastejo rotacionado, reforma de curral/sala de ordenha, aquisição de botijão de sêmen, aquisição de matrizes bovinas, entre outras.

Após as palestras, os participantes do TecLeite foram divididos em seis grupos para a visita às estações do dia de campo. Os temas trabalhados foram o uso da seringueira na recuperação de áreas degradadas e como atividade socioeconômica, pastejo rotacionado com BRS Kurumi (espécie de capim), integração lavoura-pecuária-floresta, opções de forrageiras para corte e pastejo, escolha de touros para acasalamento corretivo, qualidade do leite, ordenha e armazenamento.

Juventude presente
A presença de jovens filhos de agricultores familiares interessados nas tecnologias que podem ser incorporadas nas atividades do campo também foi um dos destaques desta edição do evento. O produtor e estudante de técnicas agrícolas Marcelo de Souza, de Valença, fez questão de participar do evento para levar informações ao pai, que ficou no sítio cuidando da ordenha.

- Este é o segundo ano em que participo do evento. Vim em 2014 e gostei muito do que ouvi e aprendi. Acho que podemos sim aumentar nossa produção, com qualidade, e de forma sustentável - comentou.

Edmundo Pereira Furtado, do sítio Alarama, da microbacia Baixo Rio Alegre, em Vassouras, participa do TecLeite desde a sua primeira edição. Para o produtor de leite, o evento promove não apenas acesso a informações sobre tecnologias para a produção do leite, mas também se caracteriza como um dia de confraternização com os demais produtores da região.

- Eu e minha esposa, Rosália, fazemos questão de sempre estar aqui. Os temas do dia de campo nos ajudam a promover melhorias em nossas atividades diárias. Damos muita importância à produção sustentável - comentou Furtado, que é engenheiro aposentado e, com incentivos do Rio Rural, já protegeu uma nascente e a mata ciliar de sua propriedade.

Embora o evento ocorra em apenas um dia, os efeitos são significativos.

- O TecLeite repercute por todo o ano, aumentando o número de visitas e consultas recebidas aqui no Campo Experimental Santa Mônica. Além disso, atrai a cada ano participantes de outras regiões do estado do Rio e de Minas Gerais. Nosso objetivo é sempre apresentar as novas práticas e tecnologias existentes. Nosso foco não é treinar os produtores, mas oferecer informações úteis a fim de garantir mais produtividade, com qualidade - concluiu o supervisor do local, Fabiano Oliveira Araújo.


Fonte: Governo do Rio de Janeiro 


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