25/05/2016 às 10h43min - Atualizada em 25/05/2016 às 10h43min

Custo de insumos e clima fazem preço do leite disparar

O litro do leite longa vida ficou quase 25% mais caro no período de um ano nas prateleiras dos supermercados de Sorocaba.

De acordo com dados do Boletim da Cesta Básica, elaborado pela Universidade de Sorocaba (Uniso), o preço médio do leite era R$ 2,33 em maio de 2015. Já no mês passado, chegou a R$ 2,91. O litro de leite mais caro foi encontrado a R$ 3,48, no último levantamento. O aumento no preço do produto se deve ao clima, que acarretou em menor produção. Além disso, houve a desvalorização do real em relação ao dólar, que ampliou os custos com ração e vacinas. Para os consumidores, neste caso, nem a pesquisa de preço tem contribuído.
É comum que o preço do leite fique mais caro nesta época do ano, avalia o economista Lincoln Lima, professor da Uniso e um dos responsáveis pela pesquisa de preços do boletim. Segundo ele, o frio influencia em diferentes fatores: o gado pasta menos e consome pouca água, o que resulta em menor produção de leite. “É um efeito sazonal, que nesse período do ano tende aumentar o preço por fatores climáticos”, afirma.

Esse momento é chamado de entressafra, acrescenta Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da Associação Paulista dos Supermercados (Apas). “A produção de leite diminui, ou seja, tem menor oferta, o que reflete no aumento do preço”, diz ele. Esse cenário acontece entre março e junho, mas pode chegar a meados de julho, complementa Mariano. Ao final da entressafra, o preço para de subir e pode ter queda.

Além do fator climático, contribuíram para o aumento do preço do leite elementos ligados à economia. Para Lima, os custos dos pecuaristas de leite cresceram neste ano devido à necessidade de produtos influenciados pela variação cambial. Como o gado tem menos pasto disponível, o produtor precisa comprar ração, que é cotada em dólar. O mesmo ocorre com a vacina e outros insumos utilizados na criação.

O preço atrativo da carne meses atrás também influenciou os produtores a deixarem de produzir leite e voltarem o gado para o corte, acrescenta o gerente de economia e pesquisa da Apas. “Compensava mais o preço”, diz. Agora, com o leite voltando a subir, o movimento é contrário, destaca Mariano. Ou seja, os produtores devem ampliar a produção de leite de olho no preço mais elevado.
Pesa no bolso
O aumento do preço em todas as prateleiras tem feito os consumidores dispensarem a tradicional pesquisa de preço. Para eles, “não há para onde fugir”. É isso o que diz a aposentada Maria Lúcia Nunes Tavares, que chega a comprar uma caixa com 12 unidades a cada seis dias. “Está muito alto o preço, não tem o que fazer, só escolher”, lamenta. Para Antonio Carlos Domingues, tornou-se comum o aumento de preço nessa época do ano. “Esse período sempre está mais caro”, observa.

Também aposentado, José Ribeiro até pesquisou, mas não achou preço bom em nenhum lugar. “Muito caro, mas tem que comprar”, comenta. O preço elevado e o consumo maior no período do frio não são uma boa combinação para Alessandra Freitas de Oliveira. “Está caro em todos os supermercados, não adianta pesquisar”, diz. Segundo ela, os preços encontrados nesta semana foram de R$ 3,29 e R$ 3,25. “Abaixo de R$ 3 não tem em lugar nenhum.” O inverno, afirma ela, deverá salgar o cappuccino e o chocolate quente.

http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/704928/custo-de-insumos-e-clima-fazem-preco-do-leite-disparar


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