Os agricultores buscam equilibrar as contas. O preço do quilo da ração a base de milho quase dobrou. O produtor Odilo Kaper, por exemplo, tem um custo de R$ 15 mil para alimentar 50 vacas leiteiras.
“Para a atividade leiteira ser viável, o litro de leite pago deve custar mais que o quilo da ração. Só que agora inverteu, a ração está mais cara que o leite. A coisa está apertada para o produtor”, diz Kaper.
Os consumidores sentem a diferença no preço final. De acordo com a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o quilo da carne suína e de frango aumentaram de R$ 0,60 a R$ 1 em 2016. Desde o início do ano, o litro de leite subiu cerca de R$ 0,40.
“Subiu bastante o leite, né. O leite, a carne… O preço é lá em cima”, lamenta o vigilante Mário Perin. “A gente costuma sempre comprar quando está em oferta, né. Só na promoção, senão não dá”, conta o aposentado Amélio Schonienger.
A falta do cereal no mercado foi provocada pela redução da área plantada. Foi a menor dos últimos 45 anos, segundo Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater). Os quatro milhões de toneladas colhidas são insuficientes pra abastecer o Rio Grande do Sul
“É a questão da instabilidade no preço, né. A questão climática e a questão de custo de produção entre uma cultura e outra. A soja tem um custo por hectare um pouco mais baixo que o milho, então também acaba pesando um pouco na hora do agricultor fazer as contas para o plantio de uma cultura ou de outra” explica o técnico da Emater José Vanderlei Waschburger.
Fonte: Portal G1