08/04/2015 às 14h35min - Atualizada em 08/04/2015 às 14h35min

Leite no centro das prioridades

Diário do Comércio

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), com apoio da cadeia produtiva do leite, está formulando um programa que poderá revolucionar a produção nacional.

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), com apoio da cadeia produtiva do leite, está formulando um programa que poderá revolucionar a produção nacional. As ideias incluem ações de fortalecimento da assistência técnica, que visam à melhoria da qualidade do leite, a capacitação dos produtores, a ampliação da produção e a erradicação da tuberculose e brucelose no país. 

Estes fatores são considerados primordiais para que a produção brasileira ofereça maior segurança alimentar e ganhe competitividade para que o país possa ampliar as exportações. O projeto ainda está em fase de desenvolvimento e, em breve, será lançado pela ministra Kátia Abreu.

A princípio, somente os cinco maiores estados produtores de leite terão acesso ao projeto. Minas Gerais é o principal produtor do país, respondendo por 27% do leite nacional, com um volume girando em torno de 9,5 bilhões ao ano. Também poderão participar pecuaristas de Goiás, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

Para o diretor-secretário da FAEMG, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e presidente da Câmara Setorial de Leite e Derivados do Mapa, Rodrigo Sant"Anna Alvim, a iniciativa da ministra Kátia Abreu, que tem grande conhecimento da cadeia pecuária, poderá trazer benefícios positivos para Minas Gerais e demais regiões produtoras.

"A ministra está formulando o programa junto com a cadeia produtiva do leite. Precisamos de um projeto que estimule a melhoria da qualidade, da gestão e da genética. Objetivos estes que podem ser alcançados com uma assistência técnica eficiente, o que também é importante para que a produção de leite e derivados seja competitiva. A visão está absoluta correta, pois quando investimos em programas de assistência a produção se desenvolve", explicou Alvim.

Segundo os dados do Mapa, para os produtores serão ofertados cursos de capacitação e que deverão ter duração de dois anos. Técnicos da agroindústria e transportadores de leite também receberão qualificação em práticas adequadas de higiene, qualidade e segurança. Os cursos tem como objetivo aperfeiçoar o manejo do leite e, com isso, aumentar a produtividade e a renda dos produtores.

Outra ação prevista no projeto é a erradicação da tuberculose e brucelose no rebanho brasileiro. De acordo com Alvim, a presença da doença no país trava a expansão da atuação no mercado internacional. 

Uma das principais barreiras, por exemplo, vem da Rússia, segundo maior país importador de lácteos e que já se posicionou contrário a importar o produto brasileiro por causa das enfermidades. A estimativa do Mapa, é que as perdas diretas com a brucelose sejam de 25% na produção de leite. No caso de tuberculose, a estimativa é de 10 a 18% de queda.

"Precisamos avançar em relação aos acordos sanitários internacionais. Se não erradicarmos a tuberculose e a brucelose, por exemplo, continuaremos a enfrentar as barreiras. Atualmente o Mapa tem um programa de certificação das unidades que erradicaram as enfermidades, porém a adesão é voluntária. 

Além disso, quando um animal é diagnosticado com as doenças, o mesmo é abatido e o pecuarista acumula o prejuízo. Por isso, seria necessário um projeto que torne a adesão compulsória. Também é preciso criar um fundo para indenizar o pecuarista cujo animal for diagnosticado com as doenças e abatido".

 


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