20/02/2015 às 13h18min - Atualizada em 20/02/2015 às 13h18min

Falência complica crise do leite

Jornal Zero Hora.

A falência da Santa Rita Latícinios, decretada pela Justiça, certamente vai ser um dos principais assuntos em discussão na mobilização organizada para esta sexta-feira na Praça João Paulo II, em Guarani das Missões. Segundo estimativa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), 1,5 mil produtores de 20 municípios da região devem participar do ato. A empresa, com sede em Estrela, no Vale do Taquari, é uma das que têm débitos com produtores.

Uma administradora judicial foi nomeada e, depois da publicação do edital da decisão, há prazo de 15 dias para habilitação dos credores. Por meio de nota, a empresa afirmou que realizou várias tentativas para manter o funcionamento, “inclusive negociações para venda a terceiros, porém a grave crise gerou sucessivos prejuízos, tornando inviável tanto a venda, quanto a continuidade das atividades”. No documento, o advogado da Santa Rita, Diogo Merten Cruz, afirma que essa “é a pior crise no setor dos últimos anos e isso traz reflexos para toda a cadeia”.

Segundo a Fetag-RS, a dívida com cerca de 800 produtores que entregavam leite à indústria era de cerca de R$ 3 milhões. Em 12 de janeiro, um acordo foi fechado, com um cronograma estabelecendo datas para pagamento parcial de valores referentes a leite entregue nos meses de novembro e dezembro do ano passado. As duas parcelas de R$ 200 mil acertadas para janeiro – e que são referentes a dezembro – foram pagas.

Os 50% da quantia devida de novembro seriam acertados entre o final deste mês e o início de março. Agora, entrarão no bolo de todas as dívidas da indústria.

– Isso complica ainda mais a situação. A principal atenção é com os produtores, mas também nos preocupa a volta do monopólio, são pequenas e médias empresas que estão fechando – diz Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS, que participa da mobilização.

A Santa Rita produz o leite Latvida. Começou a funcionar em fevereiro de 2014, depois de ser arrendada por um grupo de empresários – a planta era anteriormente operada pela VRS e foi interditada durante a Operação Leite Compen$ado em 2013. Tinha capacidade instalada de 300 mil litros de leite por dia – processava cerca de 180 mil litros.

Gisele Loeblein

 


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