Confiáveis e úteis, as planilhas que auxiliam o produtor a empreender e a enxergar os gargalos da produção de leite ganham cada vez mais espaço no meio rural. Em Esperança do Sul, uma família de pequenos produtores relatou como tem conseguido gerenciar a propriedade de 13,8 hectares com o auxílio da Planilha de Sistematização da Produção (PSP), desenvolvida pela Emater/RS-Ascar. “Para entender, só enxergando”, disse o anfitrião Herton Wünsch.
O relato da família Wünsch ocorreu durante o Encontro da Rede Leite – Programa em Rede de Pesquisa-desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do RS. Realizado na localidade Bom Jardim, o evento reuniu agricultores familiares e extensionistas da Emater/RS-Ascar de sete municípios. “A PSP vai nos dizer se estamos atingindo o sonho que queremos ou se estamos nos afastando dele”, disse o assistente técnico regional de Sistemas de Produção de Leite da Emater/RS-Ascar, médico veterinário Oldemar Weiller. “A tomada de decisão tem de estar bem amparada, não dá mais para confiarmos no ‘achômetro’”, disse o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Carlos Turra.
Também participaram do encontro, o secretário municipal de Agricultura, Vitor Strohhaecker, e o técnico agrícola da prefeitura Ivanor Fontanive.
Lucro na ponta do lápis
A simples anotação de cada dia revelou números importantes sobre o negócio da família Wünsch, há quatro anos na Rede Leite. Para manter a atividade leiteira, os Wünsch têm um custo operacional efetivo de 71% e uma margem líquida de 26%. “É bom, especialmente se você comparar com o desempenho de uma indústria, que comemora quando tem 10% de lucro”, disse o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, João Moccelim.
A alimentação é o item que mais pesa no bolso, consome 60% do custo de produção. A compra de concentrado para o rebanho de 32 animais tem um impacto de 81% no custo com alimentação. A pastagem implica em menor custo, 12%, e a silagem, 7%. “No caso deles, fica difícil diminuir os custos com concentrado porque a área de pastagem é limitada, em torno de cinco hectares”, ponderou Moccelim. “Mas os números comprovam, a atividade leiteira vale a pena”, completou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar.
“O desafio é fazer com que aquelas propriedades que não estão fazendo nenhum controle possam pensar nisso, para ter um olhar mais apurado da produção de leite”, concluiu Weiller.
Fazem parte da Rede Leite, a Emater/RS-Ascar, Embrapa, Unijuí, Unicruz, UFSM, Instituto Federal Farroupilha – campus Santo Augusto, Fepagro, Cooperfamiliar e Agel.