Dois anos atrás o produtor Walter Fagundes sequer imaginava que teria de tocar sozinho a propriedade de 40 hectares, na zona rural de Pelotas. A morte do pai, além da saudade, lhe deixou a responsabilidade de manter uma tradição de família que já dura duas gerações. Leiteiro por paixão e herança, que ele saiu da era rudimentar e começou a experimentar a tecnologia.
Acompanhado do secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, do presidente da cooperativa, Arno Kopereck e do presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Cláudio Pereira, assinou termo de adesão ao programa Mais Leite de Qualidade, permitindo-lhe financiar a compra de um resfriador de expansão de 500 litros para armazenar, com mais qualidade, os cem litros de leite que produz por dia.
Aos 33 anos, todos dedicados à vida no campo, não terá mais que lavar tarros, diminuindo a mão de obra. Fagundes foi um dos produtores cooperativados à Cosulati que estão trocando os antigos equipamentos por outros mais modernos.
Segundo Mainardi, são iniciativas como essa que vão fazer o Estado produzir 20 milhões de litros de leite por dia em dez anos, umas das metas estipuladas pelo setor e discutidas em reuniões da Câmara Setorial do Leite, da Secretaria da Agricultura.
Convidado para apresentar as políticas do Estado para a agropecuária, Mainardi fez um panorama do setor nos últimos tempos. “Todos temos de garantir a qualidade e a sanidade do leite. Daqui a dez anos nos encontraremos de novo já produzindo 20 milhões de litros por dia e com todas as propriedades livres de tuberculose e brucelose”.
O esforço diário dos produtores de leite se reverte em renda no final do mês. “Ao adquirir um resfriador de expansão e uma ordenhadeira, por exemplo, com subvenção de 30% do Estado, o produtor ganha mais e tem um produto melhor. Se plantar, com irrigação, milho para silagem, por exemplo, triplicará a quantidade por hectare e alimentará melhor os animais”, disse Mainardi.
O crédito, que antes parecia distante, pode ser acessado por todos, informou o secretário. O Governo do Estado, afirmou, tem um Plano Safra próprio no qual está investindo R$ 7,2 bilhões. “Precisamos fazer com que a tecnologia chegue às propriedades. A atividade leiteira é difícil, mas rentável”, concluiu Mainardi.