15/11/2012 às 17h01min - Atualizada em 15/11/2012 às 17h01min

RS: comitiva gaúcha conhece experiências da cadeia produtiva do leite na Holanda e na Alemanha

Seapa/RS

O Secretário Adjunto de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Eng. Agrônomo Claudio Fioreze, participou durante a semana passada de um roteiro de visitas técnicas a centros de pesquisa, indústrias e propriedades rurais que trabalham com diferentes etapas da produção de leite na Holanda e na Alemanha. A viagem foi promovida pelo Sindilat – Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul. 

A comitiva conheceu as novas tecnologias em produção, inovação tecnológica, processamento e o sistema de governança da cadeia produtiva do leite nestes dois países da Europa segundo Fioreze - “O nosso maior objetivo, enquanto governo, foi ver in loco a organização do elos da cadeia produtiva, a gestão desta cadeia, os fundos que por ventura lá existam, públicos ou privados, e os institutos públicos e/ou privados de gestão, além, é claro, da parte técnica, para que tenhamos referenciais adequados para os saltos de produção e qualidade no leite que o Estado precisa implementar”.

No primeiro dia a visita foi à CRV, na Holanda, uma cooperativa internacional que atua em três segmentos de mercado: informação de produtos, prestação de serviços e melhoramento genético do gado leiteiro. A CRV já está presente no Brasil através das joint-ventures CRV-Lagoa e CRV-Bela Vista, ambas sediadasem São Paulo. Destaca-seo trabalho de controle leiteiro, teste de progênie e softwares de controle e gestão da reprodução bovina. 

A segunda visita foi na fazenda De Halve Welle, em Steenderen, onde o proprietário mostrou suas práticas de manejo do rebanho de 200 animais numa área de110 hectares, obtendo altíssimos índices de produtividade, com sistemas de identificação individuais, alimentação controlada eletronicamente, ordenha em sistema de carrossel, programa de melhoria genética direcionado pela CRV, entre outras práticas executadas exclusivamente pela família. Segundo o produtor, o custo de produção varia de0,30 a0,32 euros/litro, enquanto o preço médio recebido gira em torno de 0,35 euros/litro.

No segundo dia, ainda na Holanda, a terceira visita foi ao laboratório Qlip, localizado na cidade de Zutphen, que executa programas de garantia de qualidade nas fazendas de gado leiteiro da Holanda. Das quase 1,5 milhões de vacas da Holanda, 90% têm seus produtos analisados e rastreados pelo Qlip, com equipamentos de última geração, sistemas automatizados de análises de quase 12 milhões de amostras ao ano, dentre as quais, além das básicas (pH, lactose, células somáticas), também a presença de resíduos de pesticidas e antibióticos, servindo de referência à remuneração pela qualidade sanitária e nutricional do leite.

O Practical Training and Consultancy (PTC+), um centro privado de práticas e treinamentos para a produção de leite e a agroindústria, localiza-se em Oenkerk, província de Friesland, Holanda, e também foi visitado pelo grupo. A comitiva avaliou possibilidades de parcerias para qualificar as empresas e profissionais que atuam na cadeia de lácteos do Rio Grande do Sul e convidou seus dirigentes a visitarem o Estado. 

Destaca-se que o centro trabalha com a pedagogia da alternância, a qual já está em uso em algumas escolas rurais do Estado, combinando tempos de estudos alternados por tempos de vivência prática destes conhecimentos nas propriedades rurais de origem ou da comunidade.

Instalações como a Queijaria, a silagem de milho e a produção de biogás a partir de dejetos de animais na fazenda Bruunshoghe, em Makkinga, na província de Friesland, também foram visitados pelo grupo.

No terceiro dia, a delegação gaúcha foi a Linnich, a54 kmde Dusseldorf, na Alemanha, para visitar a SIG-Combibloc, um dos líderes mundiais no fornecimento de embalagens cartonadas e sistemas de envase asséptico para alimentos e bebidas. Lá se observou toda a evolução das embalagens desde a década de 50, até o desenvolvimento de novas embalagens práticas, temáticas e até mesmo de “baixa pegada ecológica”, para atingir diferentes nichos de mercado na Europa e no Mundo. 

“Há diversos clientes da marca no Brasil e no Rio Grande do Sul, tendo sido convidado o estabelecimento a conhecer ainda mais as potencialidades do nosso mercado e, quem sabe, a partir de nossa Política Industrial e Setorial do Leite, enfim, possa se definir por instalar alguma unidade fabril no futuro”, destacou Fioreze.

No quarto e último dia de visitação, conheceu-se o Centro do Leite e Derivados da Bavária, “cidade do leite”, no município de Kempten, próximo a Munique, capital do Estado. Este local, no meio do campo de colinas suaves e verdes, de onde se avista os Alpes, é formado por um tripé totalmente dedicado a todas as etapas da cadeia do leite: uma escola-fazenda, uma escola de fábrica e o Muva. 

O Muva é um instituto de pesquisa para análise, garantia da qualidade e do desenvolvimento de produtos lácteos. Ele foi criado há 125 anos pelos produtores e indústrias da região onde hoje estão as marcas mundiais mais tradicionais do mercado lácteo mundial, que buscavam a qualificação do rebanho, da matéria-prima e soluções para a continuidade das indústrias de laticínios diante da concorrência global. O Muva é responsável por testes de proficiência em laboratórios de certificação e qualidade em mais de 35 países do mundo, sendo de natureza privada.

Além da representação da Seapa, Sdpi e Sefaz, a comitiva liderada pelo Sindilat foi composta também por cinco deputados federais e estaduais, Fetag, Banrisul e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cooperativas, APIL e Indústrias.

Segundo o secretário adjunto Cláudio Fioreze até o fim de outubro o governador Tarso Genro poderá anunciar um conjunto de medidas importantes para o setor lácteo gaúcho, que foram debatidas e consolidadas em amplos diálogos partir de instâncias como a Câmara Setorial do Leite, Alinhamento Estratégico, Política Industrial, entre outros, com o protagonismo das Secretarias da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Fazenda, Desenvolvimento e Promoção do Investimento, entre outras, além da contribuição decisiva de entidades representativas dos produtores rurais e da indústria láctea gaúcha.


 


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