Um projeto realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) e parceiros como a Agencia de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e o Serviço Brasileiro de Apoio as Pequenas Empresas (Sebrae), está implantando a bacia leiteira no município de Paragominas, no nordeste do Estado. Cinqüenta e quatro agricultores familiares participam do projeto, além de oito propriedades rurais que funcionarão como espelho.
Um diagnóstico realizado pelos órgãos governamentais identificou que entre os maiores gargalos para a atividade - uma das principais no município -, estão a falta de tecnologia, crédito rural, genética dos animais e a organização dos produtores. Entre as ações apontadas para dar solução às situações está a introdução do pastejo rotacionado intensivo. A tecnologia permite dez unidades de animal por hectare, enquanto que no manejo tradicional esse número cai para uma unidade animal por hectare/ano. Cercas elétricas alternativas, com custo seis vezes menor que o modelo convencional, também foram adotadas para o projeto.
Segundo Sidney Aguiar, médico veterinário da Emater, as tecnologias vão garantir o melhor aproveitamento do pasto, reduzindo a área de produção e o impacto sobre as mesmas, visto que não necessitam da abertura de novos espaços para o gado, além de melhorar o manejo dos animais. O projeto, que terá duração de cinco anos, tem por finalidade aumentar a produção leiteira através da capacitação e do suporte para a pastagem.
Dados da Adepará confirmam que Paragominas tem em média 400 mil cabeças de gado com mais de 1.200 produtores dedicados a bovinocultura, Desses, 60% são agricultores familiares e 30% dos animais são de gado leiteiro, porém com uma produção em média de seis litros de leite por animal, enquanto que o número ideal seria pelo menos 16 litros. O aumento da produtividade aliado à organização dos pecuaristas pode garantir a comercialização do leite e derivados com uma empresa maranhense, que já sinalizou no sentido de abosrver a produção.