Os representantes da Assessoria de Cooperação e Relações Internacionais, ligada ao Gabinete do Governador, Tarson Núnez e Rubens Turkienicz, e da Fundação Estadual de Economia e Estatística (Fee), Carlos Paiva, se reuniram em Ijuí, com agentes do projeto Coesão Social através do Fortalecimento das Cadeias Produtivas (Cocap), financiado pela União Europeia. Na Região Noroeste, o Cocap se mantém através de parceria institucional entre o Governo do Estado e a Unijuí, com adesão ao programa de várias instituições.
Um dos objetivos do encontro foi analisar quais são os principais gargalos da cadeia produtiva do leite. O grupo entendeu que deve centrar esforços em questões “do lado de fora da porteira”, ligadas à comercialização. O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Neimar Peroni, sugeriu que o Cocap se voltasse para temas ainda não resolvidos, como indicação de origem, rastreabilidade bovina, agroindustrialização, definição de marca, dentre outros.
“Temos uma logística de transporte complicada, às vezes, caminhões de várias empresas passam na mesma rua”, completou o professor do Curso de Economia da Unijuí, Dilson Trennepohl. Tanto Peroni como Trennepohl demonstraram preocupação em relação à sustentabilidade econômica dos produtores de leite a longo prazo. “Há muita gente produzindo e isso pode desencadear oportunismo e conflitos entre cooperativas, indústrias e produtores”, avaliou o economista Paiva.
Para dar conta dessas questões, a Unijuí deverá envolver professores e departamentos. “O programa de mestrado tem vários projetos andando neste sentido, resta fazermos uma aproximação entre as linhas de pesquisa”, disse o coordenador geral do Curso de Mestrado em Desenvolvimento da Unijuí, Jorge Sausen.
Do lado de dentro da porteira, já está em andamento na região uma experiência bem sucedida chamada Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira na Região Noroeste do RS (Rede Leite). Executado com recursos do governo federal desde 2007 por nove instituições, o Rede Leite foi credenciado pela Fundação Banco do Brasil, como Tecnologia Social, e servirá de base para as ações do Cocap. “O Cocap nos permite identificar, em nível mundial, janelas de oportunidades que possam servir às nossas estratégias de desenvolvimento”, concluiu Núnez.