01/09/2011 às 13h06min - Atualizada em 01/09/2011 às 13h06min

Empresa portuguesa aproveitará soro de queijo em Minas Gerais

Milkpoint

Depois de intensas negociações com indústrias laticinistas de Juiz de Fora e região, a Sorus Biotech, empresa portuguesa, confirmou a instalação de uma unidade industrial de aproveitamento do soro do queijo em Minas Gerais.

Os primeiros contratos foram assinados durante o Fórum das Américas: Leites e Derivados e contou com o apoio, desde o início das negociações, do Polo de Excelência de Leite e Derivados de Minas Gerais, juntamente com a Prefeitura de Juiz de Fora-SAA, Silemg e Fiemg.

Inicialmente, nove laticínios estabeleceram parcerias para fornecimento da matéria-prima totalizando cerca de 250 a 400 mil litros de soro por dia. As empresas que firmaram contrato com a Sorus são: PJ, São Vicente, Vitória, Lulitati, Guiricema, Cottalac, MB, Verde Campo e Tirolez. 

Com um investimento estimado em R$ 120 milhões, a Sorus pretende trazer para o Brasil uma tecnologia inovadora capaz de fazer o aproveitamento total e ambientalmente correto do soro do queijo. Por concentrar grande parte da produção de queijo do país, a região de Minas Gerais foi a escolhida pela empresa para instalação de sua fábrica.

A inauguração da planta está prevista para dezembro de 2012.



A relação da Sorus com o Polo do Leite começou em Belo Horizonte, em 2010, quando a empresa iniciou uma pesquisa de mercado para implantação de uma unidade em Minas Gerais. Na ocasião, representantes da Sorus se encontraram com alguns membros do Polo do Leite e da Prefeitura de Juiz de Fora. De acordo com um dos executivos da empresa, Ricardo J. Quintas, "O Polo do Leite vem dando grande apoio a Sorus, tal como a Prefeitura, a Embrapa e o Silemg. Essa relação tem sido muito produtiva para todas as partes".

A Sorus tem o objetivo de promover o aproveitamento dos constituintes do soro do queijo para comercialização em diversos segmentos (indústrias de alimentos, farmacêuticas, óticas, de eletrônicos, entre outros), e consequentemente dar um destino mais sustentável para o produto que, em grande parte, é descartado de forma indiscriminada no meio ambiente. Para Ricardo, a Sorus está "abrindo um novo mercado e um novo potencial de negócios para as indústrias nacionais".

O também executivo da empresa, Nuno Faria, ainda destaca que a Sorus pretende investir 5% do faturamento da empresa em I&D, inovação e desenvolvimento, direcionados ao desenvolvimento de novos produtos e processos. "E essa pesquisa vai ser feita, em grande parte, com os agentes locais", afirma.

Economia

Visando o consumo interno e a exportação, Nuno ressalta: "A nossa vontade é que a Sorus venha servir de alavanca para que a indústria local crescer e se tornar exportadora de maior valor agregado. Nós queremos também que a Sorus seja uma empresa inserida na comunidade produzindo para a comunidade".

Ainda de acordo com Nuno "A mão de obra será essencialmente brasileira. Apenas em alguns casos, referentes à tecnologia que vem da Europa e ligados a processos biológicos e químicos, será necessária a vinda de engenheiros (dois ou três) de Portugal.

Meio ambiente

Uma das propostas da Sorus está relacionada à preservação ambiental, já que muitos laticínios fazem o descarte do soro do queijo poluindo o meio ambiente. "O soro é um problema sério para quem tem uma indústria queijeira. A vinda da Sorus para região oferecerá uma solução para todos os produtores de queijos, independente de serem grandes ou pequenos", reforça Ricardo.

A Sorus vem com uma proposta de promover o aproveitamento de todas as fontes de energia renováveis disponíveis. Nuno destaca que a empresa pretende uma integração energética total, produzindo quase toda a energia que será consumida na fábrica, além da integração dos circuitos de água, sendo esta reciclada internamente.

"Não vamos ter resíduos sólidos, nem líquidos, nem emissões gasosas da nossa produção", reforça Ricardo. 

A matéria é de Samantha Marinho, da Assessoria de Comunicação do Polo de Excelência do Leite. 

 


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