17/06/2024 às 11h46min - Atualizada em 17/06/2024 às 11h46min

Produtores da Canastra e do Serro usam selo de procedência para assegurar a origem dos queijos artesanais

Estratégia, apoiada pelo Sebrae Minas, oferece mais segurança para o consumidor e garante a rastreabilidade dos produtos

Simone Guedes
Agêcia Sebrae de Notícias
Foto Divulgação Washington Alves/Light Press
Para resguardar a origem dos Queijos Minas Artesanais (QMA) e valorizar a conquista das chancelas de Indicação Geográfica (IG), produtores de queijo da Canastra, no Centro-Oeste do estado, e do Serro, no Vale do Jequitinhonha, apoiados pelo Sebrae Minas, estão utilizando selos de procedência para evitar falsificações e criar diferenciais competitivos no mercado. Tanto o Serro como a Canastra conquistaram, respectivamente em 2011 e 2012, a IG na modalidade de Indicação de Procedência (IP), conferida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A chancela reconhece a autenticidade dos queijos produzidos em determinada região, valorizando a cultura e a tradição local, impulsionando o desenvolvimento econômico do território e fortalecendo a reputação regional.

“O reconhecimento de regiões produtoras delimita as áreas de produção e permite que os produtores se organizem e direcionem ações para a conquista de novos mercados. Ao mesmo tempo, viabiliza o apoio de instituições e entidades de fomento e extensão rural. Além disso, a notoriedade do queijo e as características de cada região permite que o consumidor passe a valorizar não só o produto em si, mas as histórias e tradições de onde ele é originado”, afirma o analista do Sebrae Minas, Ricardo Boscaro. Em 2017, após uma missão internacional para a França, lideranças da Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan) conheceram uma nova tecnologia para evitar a falsificação de queijos. A solução trata-se de uma etiqueta a base de uma proteína comestível do próprio leite (caseína) e carbono vegetal, incorporados ao queijo durante o processo de produção. A etiqueta de caseína da Canastra é o próprio Selo da Indicação de Procedência, que contém um código numérico único, que ao ser inserido no site da Aprocan, identifica o produtor, local de origem e o dia da fabricação.

Foto: Pedro Vilela / Agencia i7
 

“O objetivo da etiqueta de caseína é controlar e proteger a produção do legítimo queijo da Canastra, funcionando como uma ferramenta de identificação de cada peça produzida, que é única. Permite aos produtores comprovar a procedência e a legitimidade dos queijos produzidos nos municípios que, reconhecidamente, fazem parte da região da Canastra – São Roque de Minas, Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí, Delfinópolis, Bambuí e Piumhi -, além de inibir a falsificação e permitir sua rastreabilidade”, explica Boscaro. Para receber o selo, o produtor tem que cumprir uma série de requisitos do Caderno de Especificações Técnicas da IG, entre elas, apresentar registro sanitário e seguir os padrões sensoriais do produto. Atualmente, cerca de 45 dos 800 produtores da região utilizam o selo da Indicação de Procedência (IP).

Fortalecimento do território - Em março deste ano, quatro produtores de queijo da região do Serro, receberam os primeiros selos que comprovam a procedência e a legitimidade do modo de fazer queijo artesanal em 10 municípios que formam a área delimitada pela IG. Como na Canastra, o selo permite a rastreabilidade do produto inibindo possíveis falsificações.

Foto: Danielle Moura / Seapa
 

O selo de procedência – adesivado na embalagem dos produtos – possui a marca da região, a identidade da Indicação de Procedência (IP), um QR Code e um código numérico, que identificam o produtor e a peça fabricada, e que podem ser consultados no site da Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro (Apaqs). Outros quatro produtores já estão em processo de análise. Aqueles que produzem queijo na região e queiram pleitear o selo devem cumprir as normas estabelecidas no Caderno de Especificações Técnicas, além de passarem por visitas de verificação que comprovem que o produtor segue as especificações exigidas. “Os selos valorizam a origem e fortalecem a representatividade do queijo do Serro no mercado, possibilitando o aumento da renda do produtor e, consequentemente, a melhoria da sua qualidade de vida”, conta Boscaro.

QMA - Atualmente, 15 regiões de Minas Gerais produzem queijos artesanais a partir do leite cru (in natura) e sem nenhum processo mecânico/industrial. Dessas, 10 regiões – Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro – produzem o tipo Queijo Minas Artesanal (QMA), em pequenas propriedades rurais, utilizando receitas tradicionais e familiares, que preservam a identidade cultural do povo mineiro. Para preservar essa tradição e garantir a qualidade do produto, o ‘modo de fazer’ do QMA tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2008. No final deste ano, esse reconhecimento poderá ser internacional com a conquista do título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. A candidatura é apoiada pelo Sebrae Minas.

Autora: Simone Guedes
Fonte: Agência Sebrae de Notícias


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